Agricultores terão 700 unidades Pais para produção de alimentos

  • Redação
  • 13/09/2011 16:35
  • Cidades

A produção de alimento de forma sustentável, em harmonia com o ambiente, sem uso de agrotóxicos e com reaproveitamento de materiais é a metodologia utilizada pelo Programa de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais), com atuação em todo o Estado de Alagoas.

Já foram implantadas 370 unidades Pais e outras 330 estão em processo de instalação, numa ação do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri). Para isso, foi lançado um edital que cadastrou as prefeituras interessadas. Os recursos são oriundos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep).

“A unidade Pais é uma tecnologia social que reúne ferramentas simples de produção agroecológica e de promoção do desenvolvimento sustentável. É destinada principalmente a agricultores familiares de baixa renda, assentados em projetos de reforma agrária e produtores quilombolas”, defendeu a superintendente de Fortalecimento da Agricultura Familiar da Seagri, Inês Pacheco.

O Programa Pais busca diversificar a produção e reduzir a dependência de recursos externos, como mão de obra, insumos e produtos químicos, utiliza com eficiência os recursos hídricos e promove a sustentabilidade em pequenas propriedades.

Resultados

Um exemplo dos bons resultados do modelo agroecológico sustentável é o da agricultora Cleide Lima do Nascimento, moradora da comunidade Morro Vermelho, na zona rural de Mata Grande, que fica às margens de uma barragem com aproximadamente 8 quilômetros de extensão.

Ela contou que a unidade Pais foi instalada em sua propriedade no mês de agosto de 2010 e que, até agora, conseguiu produzir 12 tipos de alimentos, todos cultivados de forma orgânica. São eles: alface, cebolinha, coentro, abobrinha, salsinha, cenoura, beterraba, couve, quiabo, tomate, pimentão e repolho.

“A renda ainda é pequena, porque a gente ainda tá começando, mas sempre tem encomenda de Manari (PE), a gente sempre consegue vender”, disse Cleide Lima, que cuida da unidade junto com outras duas famílias incluídas no projeto.

Ela lembrou ainda que sempre recebe a visita de um técnico do Pais, que repassa orientações sobre todo o manejo, como plantio, irrigação, cuidados, pragas, limpeza, colheita e diversificação.

A água utilizada na irrigação da unidade vem da barragem, por meio de um sistema de bombeamento, que acumula numa caixa apropriada. De lá, a água vai para os vegetais, que são cultivados em círculos, tendo ao centro um local fechado com uma tela de proteção para servir como galinheiro.

Em outra região do município de Mata Grande, a agricultora Antônia Olívia Lins produz alimentos por meio de uma unidade Pais. “Aqui a gente planta cenoura, beterraba, quiabo, maracujá, chuchu, alface, coentro, couve e ainda cria galinha”, narrou.

Ao todo, o município foi beneficiado com 21 unidades Pais de um projeto do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Alagoas (Sebrae/AL), com apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e do governo do Estado.

Para o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, Jorge Dantas, “o projeto PAIS utiliza um conjunto de medidas que contribuirão para minimizar ou erradicar os problemas sociais relacionados á vulnerabilidade social e insegurança alimentar, a partir do aproveitamento dos recursos naturais disponíveis no território”.

Os projetos para implantação das 370 unidades Pais que já estão sendo usadas tiveram o apoio do governo do Estado, Sebrae/AL, Fundação Banco do Brasil, Codevasf, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local da Região Norte (Consad/Conorte). As outras 330 unidades começam a ser implantadas ainda esse ano.