Transportadores complementares falam em "Máfia" no setor
- Redação
- 14/01/2013 02:48
- Maceió
A cada dia surgem novas denúncias de irregularidades envolvendo pagamentos de taxas a entidades que afirmam representar os interesses dos transportadores complementares de Alagoas. Nesta semana, diversos trabalhadores, aprovados na licitação, denunciaram que a Federação Associativa dos Transportadores Complementares de Passageiros de Alagoas (Fatracomp/AL) está cobrando R$ 600, como condição para assinatura do contrato de permissionário na Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (Arsal).
Neste sábado (12), o transportador Adriano Soares procurou o Sindicato do Transporte Complementar do Estado de Alagoas (Sintracomp) para fazer novas denúncias. Segundo ele, a Fatracomp cobra diversas outras taxas. “A Arsal só aceita que a gente assine o contrato mediante a apresentação de certidões negativas junto ao Sintracomp [Sindicato dos Transportadores Complementares de Alagoas] e à Federação”, denunciou.
O transportador revelou que não tinha interesse em se integrar a essas entidades, mas se viu obrigado, já que não poderia assinar o contrato de permissionário na Arsal, mesmo tendo sido aprovado no processo licitatório, se não se filiasse e pagasse as taxas, uma delas de R$ 320, referente a mensalidades atrasadas. Isso além dos R$ 600 também pagos, segundo ele.
Para o presidente da Cooperativa de Transporte Complementar Intermunicipal de Passageiros de Alagoas (Coopervan), Marcondes Prudente, é mais uma prova de que o cartel sempre existiu dentro da Arsal.
“Eles inventam taxas e mais taxas e eles próprios afirmam que a Arsal é conivente porque o transportador aprovado só pode assinar o contrato se tirar dinheiro suado do bolso para manter essa máfia”, pontuou.
Segundo nota emitida pela Arsal nesta semana, a agência não tem participação nem conhecimento do pagamento dessas taxas e ainda pediu que o transportador que se sentir lesado faça as denúncias. “Os transportadores estão se sentindo lesados, sim, e já encaminhamos denúncia formal ao Ministério Público Estadual. Isso é um absurdo e não iremos calar, até essa quadrilha, que age dentro da Arsal, sim, ser desfeita. Além de querer tirar a renda de trabalhadores, eles lesam descaradamente aqueles que acreditaram na seriedade desse edital”, desabafou o presidente do Sintraconal, Robeval Lagoa.
Vale salientar que não consta no Edital nenhuma cláusula sobre pagamento de nenhuma taxa a nenhuma entidade, como condição para assinatura do contrato de permissionário junto à Arsal. “Trata-se de mais um abuso, mais uma irregularidade desse processo licitatório que esteve, desde o seu lançamento, errado e com a finalidade de beneficiar quem sempre esteve subserviente aos interesses escusos de pessoas ligadas ao Governo do Estado”, concluiu Prudente.
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