Santana do Ipanema - Diante de um auditório repleto de lideranças políticas de todo o Estado, representantes de vários segmentos produtivos e sociais, o senador Renan Calheiros, antes do seminário “Alagoas: Realidade e Perspectivas”, realizado esta manhã no auditório da Associação Atlética Banco do Brasil, em Santana do Ipanema, voltou a afirmar que o tema sobre eleições para o governo do Estado só deve ser discutido em março ou abril do próximo ano.

“Na condição de presidente do Senado e, sobretudo, como representante da bancada federal alagoana, que tem compromisso com o crescimento do Estado, estamos aqui para participar de um evento no qual será debatida uma agenda positiva para que possamos ajudar aos municípios alagoanos naquilo que seja primordial ao seu desenvolvimento”, disse o senador, em entrevista ao radialista França Moura, âncora da rádio Correio AM no programa Cidadania.

Renan repetiu o que tem dito em todas as entrevistas que concede: “A decisão de ser candidato a governador não depende de mim. Cabe a sociedade e aos partidos políticos a indicação de um nome que corresponda com a expectativa de todos. Mas isso só deve entrar em pauta, como falei no início, em 2014. É muito cedo, agora, falar em sucessão, diante de tanas carências que temos para resolver os problemas que afligem os alagoanos”.

O senador peemdebista admitiu, porém, que, se for confirmada lá na frente a indicação do seu nome para se candidatar ao governo, será um desafio que, evidentemente, ele levará muito a sério. “Terei muito orgulho! Seria mais uma experiência honrosa na minha vida. Já desempenhei função no Executivo como ministro da Justiça durante um ano e nove meses no governo de FHC. A minha vida política tem sido dedicado ao parlamento”, disse.

Balanço de 100 dias

Ao comentar o balanço que fez ontem no plenário do Senado sobre os primeiros 100 dias de sua gestão como presidente da Casa, cargo que ocupa pela terceira vez, Renan afirmou que estava satisfeito com tudo que foi realizado até o momento. Listou as medidas de redução de gastos adotadas pelo Senado desde que assumiu, em 1º de fevereiro, com o objetivo de criar a marca de "transparência e economia" no legislativo.

Renan implantou uma reforma administrativa para tornar o Senado enxuto, eficiente e transparente. Até agora, as medidas implantadas sinalizam uma redução de R$ 302 milhões, para o biênio 2013/2014. "Foram cortes expressivos nos custos do Senado e que serão revertidos para programas sociais", garantiu o senador.

Apesar dos avanços, Renan destaca que ainda há muito a fazer. "Avançamos bastante em 100 dias, mas ainda não estamos confortáveis. Há ainda muitos excessos, desperdícios e vícios que foram se acumulando ao longo dos anos e precisam ser diagnosticados e corrigidos. Apenas as instituições que são permeáveis à crítica, abertas a revisões mantêm sua credibilidade", concluiu.

O presidente do Senado também falou de sua alegria em participar do seminário, "um evento que, sem dúvida, será de grande importância para ajudar no desenvolvimento do Estado", avaliou. O senador Parabenizou a AMA (Associação dos Municípios Alagoanos) e a Uveal (União dos Vereadores de Alagoas) pela iniciativa de promover o seminário em parceria com outras entidades.

É a terceira vez que Renan vai ao interior de Alagoas, desde sua posse como presidente do Senado e, consequentemente, do Congresso Nacional, procurando ficar mais perto da realidade dos problemas nas comunidades do Estado, como fez ver durante a entrevista.

“Nas três vezes em que estivemos em visita ao interior, uma delas com o governador Teotonio Vilela, no Canal do Sertão e mais sete cidades da região, sentimos a necessidade de trabalhar cada vez mais para ajudar ao nosso Estado, unindo forças junto aos governos do Estado e da União para amenizar os efeitos que se agravaram com a seca que castiga o Nordeste há três anos consecutivos”, disse o senador.

Subestação de Arapiraca

O senador falou ainda sobre sua expectativa de que a subestação de energia elétrica de Arapiraca seja concluída até o fim deste mês. A obra foi um compromisso do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) quando esteve no município há três anos participando da audiência pública provocada pelo então prefeito Luciano Barbosa (PMDB) para viabilizar o projeto, que se encontra agora nos retoques finais de execução.

“Alagoas sempre foi um estado que avançou em muito no setor de recursos hídricos e a energia será importante para reforçar ainda mais as adutoras no Sertão e Agreste. É por isso que a presidente Dilma prometeu mais R$ 1 bilhão para o Canal do Sertão”, concluiu Renan.

Sua expectativa, segundo anunciou durante a entrevista, é de que o seminário da AMA e Uveal traga grandes benefícios para todo o Estado de Alagoas.

Dia das mães e futebol

O presidente do Senado vai permanecer em Alagoas este fim de semana, só retornando a Brasília na segunda-feira. No domingo, estará em Murici com sua genitora, dona Ivanilda Vasconcelos Calheiros, que aos 82 anos continua com vigor e abnegação por cada um dos filhos e netos, mantendo a tradição de no Dia das Mães reunir todos em um tradicional almoço. Renan inclusive vai degustar o pato ao molho pardo, especialidade que ela sabe fazer e ele adora comer.

Mas antes do Dia das Mães, o senador anunciou que vai assistir, na tarde deste sábado, o clássico CSA x CRB, no Rei Pelé. “Como todo alagoano, estou com saudades dessa disputa, que há quase 15 anos não acontece. Sou azulino, mas ajudo o futebol alagoano sempre que sou procurado, independentemente de torcer pelo CSA. Tenho certeza que o clássico terá casa cheia”, declarou Renan.

O presidente do Senado afirmou ainda que a repercussão da partida entre os dois clubes mais populares de Alagoas está sendo muito grande. “Tenho muitos amigos de toda a parte do Estado me ligando para irmos juntos ao Rei Pelé neste sábado", finalizou, lembrando os velhos tempos que ia com muita frequência ao Trapichão.

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