Morre adolescente que teve 82% do corpo queimado por namorado na BA

  • G1/BA
  • 17/04/2014 20:02
  • Minuto Paulo Afonso

Morreu a adolescente de 14 anos que teve 82% do corpo queimado após agressão do namorado na cidade de Feira de Santana. Ela estava internada no Hospital Geral do Estado (HGE), na capital baiana, e o óbito foi registrado por volta das 23h de terça-feira (15). O corpo dela já foi liberado e o enterro vai está marcado para as 9h de sexta-feira (18).

O crime aconteceu no dia 22 de março, na casa do então namorado, que tem 20 anos e continua preso. Ele confessou ter queimado a garota por ciúmes. Dias após do crime, ele não demonstrou arrependimento pelo dano à vítima. "Só me arrependo por causa de minha mãe e da mãe dela, que eu gostava muito", disse Ronaldo Santos de Jesus.

O crime
Ele contou que bebia no bar com o primo dela no momento em que a vítima chegou, falou com os dois e saiu com um homem chamado "Gordo". "Saí de madrugada e minha mãe disse que ela passou lá na minha casa e eu não estava. De manhã, fui na casa dela, disse 'bora lá pra casa', ela toda vomitada, bêbada... Dormiu mais eu... A mãe e os irmãos dela foram lá, quando ela disse que ia sair. E eu: 'fica mais, você saiu ontem o dia todo'. E ela disse: 'vou ali fazer tatuagem no Palminho'. Meu tio tem uma moto, tinha um pouco de gasolina e ela pegou para me 'rumar'. Peguei e fósforo e falei: 'me ruma e bota fogo'. Ela não teve coragem. Eu fui, tomei da mão dela, abri o garrafão, comecei a 'rumar'. Ela disse: 'para, para'. E eu: 'toma aí o teu'. Risquei o fósforo, joguei, virei as costas e saí", descreveu o suspeito.

Segundo o autor do crime, sua mãe e irmão ajudaram a apagar o fogo do corpo da adolescente e, depois, ela chegou a correr atrás dele. "Disse que gostava de mim e que não tinha acontecido nada entre ela e 'Gordo'. Fui na casa dela, ela me abraçou", afirmou.

Inicialmente, a vítima ficou internada na UTI do Hospital Estadual da Criança, com queimaduras de segundo grau, sendo então transferida em estado gravíssimo para o HGE. A paciente ficou em coma induzido por sedação, com uso de ventilação mecânica e medicações para estabilidade hemodinâmica. Ela sofreu queimaduras no pescoço, cabeça, tórax, abdômen, braços e pernas.