FAZENDA AREIAS BRANCAS

  • Redação
  • 30/03/2012 05:15
  • Cultura

Idades antigas, dos tempos heroicos,

vento nas folhas é saci com cachimbo

e em cambalhotas perde-se no limbo.

Em Areias Brancas, Zezito1, um estoico.

Logo vencida a batalha do Peloponeso,

Zezito escreveu nas pedras sem alarde;

voltava Zezito à fazenda – era tarde! –

oricurizeiros espalhados, quietos, ilesos.

Tempo de mormaço nas Areias Brancas,

nuvens de chuva vêm e a porteira tranca;

Zezito, na rede, e o pé de vento avança.

Zezito, eis a eloquência, Calíope lhe diz,

na física quântica o tempo é só um triz;

e o velho no alpendre antigo se balança.

* poema de M. R. Almeida (1999)