PM acusado de estuprar criança vai ser transferido para presídio militar de Aracaju/SE

  • Redação
  • 10/12/2012 23:16
  • Polícia

Recluso no presídio Baldomero Cavalcanti, em Maceió, o policial militar de Sergipe, José Cláudio Feitosa Gomes, conhecido como “Todinho”, 36, vai ser transferido para a Cadeia Militar de Aracajú (SE) onde fica a sede do Comando Geral da PM daquele Estado. Gomes, como é conhecido na corporação a qual faz parte há mais de seis anos, é acusado de estuprar e provocar a morte de uma criança de um ano e oito meses de idade, crime ocorrido em meados de novembro deste ano, no Conjunto Rui Palmeira, bairro da Serraria, na casa onde morava com a mãe da vítima.

O militar foi preso por agentes da policia civil (PC/AL), na tarde do último domingo (9), na residência de familiares, na cidade de Piranhas. A prisão aconteceu em cumprimento a um mandado expedido no sábado (8) pela Juíza Sandra Janine Wanderley Cavalcante, titular do 11º Juizado Especial Civil e Criminal da Capital.

Antes de ser levado para o presídio Baldomero Cavalcanti, José Cláudio passou pela Central de Polícia, em Maceió, onde foi ouvido durante a manhã desta segunda-feira (10), sem a presença de um advogado e negou todas as acusações.

Conforme a delação, o policial militar que está lotado na 1ª Companhia do 4ª Batalhão de Canindé do São Francisco (SE), teria abusado sexualmente da criança que foi levada pela mãe para um hospital particular. A suspeita de estupro foi comunicada ao Conselho Tutelar, através de profissionais da unidade de saúde que se comoveram com a situação da menina que segundo eles apresentava várias marcas de agressão. Os conselheiros tutelares acionaram a Delegacia de Crimes Contra Criança e Adolescente que começou a apurar o caso a pedido do Ministério Público.

A criança morreu sete dias depois de ser internada. Segundo uma médica, ela sofreu a “síndrome do bebê chacoalhado” que é quando uma criancinha é violentamente balançada. A polícia acredita que os traumas na cabeça da garotinha podem ter sido ocasionados pelo policial para que ela não relatasse nada, visto que a menina já sabia falar.

Há suspeitas ainda de que o policial tenha abusado da criancinha outras vezes, já que há no início de novembro deste ano ela tinha aparecido com alguns hematomas que José Cláudio alegou terem surgido depois que a menina levou uma queda quando tomava banho com ele.

A prisão do militar sergipano só foi decretada duas semanas depois do ocorrido, que foi quando a polícia, através de laudo pericial e testemunhas, chegou ao nome do acusado, mas ele tinha fugido para a casa de familiares na cidade de Piranhas, onde foi preso no domingo.

Nos depoimentos à polícia, a mãe da menina, tenta defender o companheiro afirmando que os hematomas apresentados pela filha se tratavam de uma doença que ela tinha desde que nasceu. O policial morava há mais de quatro meses com a mãe da garota. De acordo com conhecidos do casal, mesmo se conhecendo desde suas infâncias, o relacionamento deles era marcado por constantes desentendimentos.

José Cláudio Feitosa Gomes pertence a uma família religiosa que muito freqüenta a igreja, ato que ele próprio já teria realizado na tentativa de se livrar das drogas às quais era viciado há algum tempo.

Amigos e a própria família do acusado encontra dificuldade em acreditar no que está acontecendo e quando pensam na possibilidade da acusação ser verdadeira, tentam atribuir o caso a algum distúrbio que o policial poderia está passando, já que para eles, em um comportamento normal, José Cláudio não faria o que está sendo acusado.