Mulher diz que é espancada pelo enteado há mais de 16 anos e polícia é omissa em Canapi

  • Jota Silva/Ítallo Timóteo
  • 31/03/2013 20:53
  • Polícia

A dona de casa Quitéria Domingo da Conceição, 45, procurou a delegacia regional de Delmiro Gouveia para denunciar o enteado Djalma Batista da Silva, 30, por ameaça de morte e espancamento contra ela, crimes cometidos durante mais de 16 anos, em Canapi.

Na delegacia, a mulher contou que ela e o próprio pai de Djalma tiveram que fugir da casa onde conviviam, depois das investidas do acusado que segundo ela é um criminoso de alta periculosidade que possui várias armas de fogo e já teria cometido alguns homicídios no Estado de São Paulo.

Conforme Quitéria, o enteado circula pelas ruas da cidade em plena luz do dia com uma espingarda enrolada em saco de nylon, no bagageiro de uma moto e durante a noite guarda a arma de grosso calibre e coloca um revólver na cintura. O armamento, segundo a mulher, é para matar ela e o esposo (pai do acusado).

A dona de casa disse que o enteado a espancava com chicotadas e avisava que se ela procurasse a polícia ele a matava, logo que saísse da cadeia. Ela conta que uma vez foi espancada em frente à delegacia e ninguém fez nada.

A madrasta relata que procurou o distrito policial de Canapi, mas os agentes da Polícia Civil teriam a orientado a procurar o fórum da cidade, sem nem mesmo registrar a ocorrência.

Quitéria procurou o juiz da comarca local e ele teria solicitado que ela primeiro fosse à delegacia do município registrar um Boletim de Ocorrência que seria o procedimento padrão.

A mulher conta que retornou à delegacia e os policiais teriam apenas aconselhado que ela fosse embora de casa para não morrer. Quitéria desabafa e diz que a incompetência da polícia local acoberta as investidas do acusado.

O último caso teria acontecido durante a realização do projeto forró dos idosos promovido pela prefeitura municipal, quando Djalma teria comparecido ao local para assassiná-la, mesmo com uma guarnição policial presente. Ele teria afirmado na presença dos policiais que não iria ficar satisfeito enquanto não arrancasse a cabeça da madrasta.

À nossa reportagem, Quitéria acredita que o motivo das investidas do enteado é uma filha que ela tem com o pai dele, uma menina de 7 anos de idade, que para o acusado seria a herdeira de algumas tarefas de terras e uma casa na zona rural.

Cansada das ameaças e da omissão da delegacia do município, Quitéria procurou a regional de Delmiro Gouveia em busca de ajuda para poder voltar para sua residência com segurança. Ela conta que vive foragida junto com os filhos que estão afastados dos estudos.

O caso está sendo investigado e até o momento o acusado não foi detido.