Parece que virou rotina. Neste domingo (14) a quarta ocorrência neste mês de março na 2ª Delegacia Regional de Polícia de Santana do Ipanema (DRP) foi registrada.  Deste total três foram tentativas de fuga e ontem uma rebelião, motivada pela falta de água na unidade que está superlotada abrigando 74 presos em um espaço para apenas 24. O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) vem pedindo a interdição do local por considerar que o prédio apresenta sérios problemas estruturais.

Os moradores da localidade tiveram o sono interrompido e ficaram assustados com o som que vinha do prédio. Os detentos faziam muito barulho, batiam em grades e ameaçavam depredar a 2ª DRP.

Os agentes explicaram que a falta de água, motivo da rebelião, estava ocorrendo em toda a região. O problema teria iniciado no último sábado (13) sendo resolvido ontem, o tempo bastou para que os detentos ameaçassem atear fogo nos colchões e quebrar grades e paredes.

Casos de Março

No ano foram registradas nove tentativas de fuga, neste mês de março três foram frustradas. No última dia 04, durante revista os agentes da Delegacia apreenderam materiais que seriam usados para perfurar as paredes. A revista ocorreu após a Polícia receber uma denúncia anônima sobre o possível resgate de presos e uma fuga em massa dos detentos.  Nas celas ainda foram encontrados cartão de memória, luvas cirúrgicas e um ventilar desmontado.

Mais uma tentativa de fuga foi registrada no dia 06. Após os agentes de plantão da 2° DRP ouvirem um barulho estranho solicitaram o reforço do 7°  Batalhão de Polícia Militar e em revista encontraram um buraco de cerca de 30cm na parede de uma  das celas. Nove detentos que estavam no local foram transferidos para outra cela.

No dia 12, mais um caso. Desta vez nada de grades serradas ou buraco no chão e na parede. Os presos alocados na unidade tentaram simular um espancamento de um dos detentos atraindo a atenção dos agentes de plantão e assim conseguindo fugir. Mais uma vez a tentativa foi frustrada.

A situação que estava tensa acabou se acalmando quando os detentos perceberam a chegada do apoio e eles mesmos entregaram o preso que estaria sendo espancado. A vítima não teve nenhum ferimento grave.

“Como eles [presos] sabiam que nós estávamos em menor número, queriam que um de nós fosse socorrer o tal preso ferido e aí todos tentariam arrombar a porta para fugir, ou até fazer um de nós refém”, relatou um agente.