Remédios para colesterol: quais as opções existentes para tratar problema?

  • Viva Bem UOL
  • 30/06/2023 08:53
  • Minuto Saúde
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Remédio para colesterol: o que é bom tomar?
Remédio para colesterol: o que é bom tomar?

O colesterol elevado é considerado um dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares, como infartos e AVC (acidente vascular cerebral). Estes problemas ocorrem quando o colesterol "ruim" (LDL) acumula gorduras nos vasos sanguíneos aumentando a formação de placas. Já o HDL é considerado o colesterol "bom" por proteger o coração ao impedir o excesso no sangue.

Vale destacar que o colesterol alto é assintomático, ou seja, a pessoa não identifica qualquer alteração. Por meio de um hemograma, é possível saber que algo está errado e há excesso de gordura no sangue. 

A seguir, veja remédios que atuam para melhorar o colesterol. É importante, contudo, não se automedicar, já que isso pode piorar sua saúde e trazer mais problemas: consulte um médico sempre que possível. 

Remédios para colesterol: o que tomar? Estatinas Trata-se de uma classe de medicamentos que inibe a ação de uma enzima hepática (a HMG-CoA redutase), que sintetiza o colesterol. Portanto, as estatinas diminuem a concentração do composto no sangue. Elas também atuam nas placas de gordura e reduzem a sua progressão.

Atua principalmente na redução do colesterol "ruim", mas também aumenta o HDL, o "bom" colesterol. Pode ser encontrada com os seguintes nomes comerciais: sinvastatina, atorvastatina, pavastatina, pitavastatina e rosuvastatina.

Sequestradores de ácidos biliares O uso de sequestradores dos ácidos biliares é indicado para incrementar a excreção dessas moléculas pelas fezes e, consequentemente, diminuir a absorção das gorduras da dieta. No Brasil, o fármaco é encontrado com o nome de colestiramina. Está disponível em sachês, cujo conteúdo deve ser dissolvido em água e tomado duas vezes ao dia.

Ezetimiba O medicamento age no intestino delgado, promovendo redução do aporte de colesterol para o fígado. Portanto, o uso de ezetimiba reduz o estoque de colesterol sanguíneo. A ezetimiba inibe seletivamente a absorção de colesterol e diminuindo a produção de colesterol. Muitas vezes, a ezetimiba é usada em combinação com as estatinas para que uma potencialize o efeito da outra.

Fibratos 

Este tipo de fármaco age aumentando a produção e a ação da lipase lipoproteica, estimulando a quebra de gorduras presentes na corrente sanguínea, como VLDL e triglicerídeos. Os fibratos reduzem a produção dos triglicerídeos ao estimularem a oxidação dos ácidos graxos no fígado e eliminam as partículas de gorduras por meio de uma enzima.

Fibratos Este tipo de fármaco age aumentando a produção e a ação da lipase lipoproteica, estimulando a quebra de gorduras presentes na corrente sanguínea, como VLDL e triglicerídeos. Os fibratos reduzem a produção dos triglicerídeos ao estimularem a oxidação dos ácidos graxos no fígado e eliminam as partículas de gorduras por meio de uma enzima.

Ácido nicotínico 

Conhecido como niacina ou vitamina B3, pertence ao grupo de vitaminas do complexo B e reduz a ação de uma enzima chamada lipase nas células de gordura do organismo Por conta disso, reduz a liberação de ácidos graxos livres (um tipo de gordura) para a corrente sanguínea.

Geralmente, são necessárias doses de 1g/dia. Mas, em alguns casos, pode ser indicado ingerir 2g/dia. Inibidores da PCSK9 Há ainda um fármaco injetável, que foi aprovado recentemente, chamado de inibidor da PCSK9. São anticorpos monoclonais que inativam uma proteína específica no fígado, reduzindo a quantidade de colesterol LDL presente na corrente sanguínea.

Com o custo bastante elevado, é indicado em casos em que o colesterol alto é provocado por mutações no DNA (condição conhecida como hipercolesterolemia familiar) e o indivíduo não responde a outros medicamentos, como estatinas e ezetimiba.

Remédios caseiros para controlar o colesterol 

Os fitoesteróis são substâncias gordurosas semelhantes ao colesterol, produzidas pelas plantas. Também está presente em óleos vegetais, sementes, grãos, frutas e hortaliças. Eles competem com o colesterol consumido na dieta e diminuem a absorção intestinal do colesterol ruim, o LDL. Vários laboratórios produzem cápsulas contendo fitoesteróis e esses comprimidos devem ser tomados via oral, com água, duas vezes ao dia.

Há ainda ácidos graxos do tipo ômega 3, que são poli-insaturados derivados dos óleos de peixes e de plantas com efeito benéfico no controle do colesterol alto. Vale destacar que estes remédios naturais, geralmente, são indicados para reduzir quadros leves de colesterol elevado e o efeito esperado pode ser bastante discreto.

Efeitos colaterais 

As diferentes medicações podem apresentar diversos efeitos colaterais. Os mais comuns são dores musculares, principalmente nas pernas. Já o ácido nicotínico, frequentemente, gera o surgimento de vermelhidão na pele, principalmente do rosto. Entre os principais efeitos colaterais dos medicamentos para colesterol elevado, estão:

Dores musculares ou de cabeça; Cãibras; Náuseas; Sudorese; Prurido; Gases; Diarreia; Pele seca; Dor de estômago ou no abdome; Vertigem; Rubor facial.

Contraindicações 

De forma geral, os medicamentos para colesterol elevado são bem tolerados e seguros para a maioria da população. No entanto, algumas pessoas podem ser alérgicas a determinados componentes dos fármacos. Além disso, gestantes, lactantes e pessoas com doença hepática devem evitar o uso desses medicamentos, principalmente sem acompanhamento médico.

Outras formas de controlar o colesterol De acordo com os especialistas, o tratamento não medicamentoso é o primeiro passo a ser tomado no combate ao colesterol alto, à aterosclerose e às doenças cardiovasculares. De forma geral, é importante manter hábitos saudáveis durante toda a vida para prevenir problemas de saúde. É recomendado:

dieta balanceada, evitar gorduras, embutidos, frituras, carnes gordurosas, chocolate prática de exercícios regularmente (pelo menos três vezes por semana) reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, açúcar e carboidratos em geral (massas, pães, arroz, batata etc.). investir na ingestão de fibras, pois reduzem a absorção de colesterol pelo intestino.

Fontes: Marcelo Cantarelli, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP) e membro da SBHCI (Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista); Nathan Soubihe Jr., cardiologista do HCor (SP); Roberta Frota Villas Boas, endocrinologista do Hospital Nove de Julho (SP); e Maria Fernanda Brandão, farmacêutica do Centro de Informação sobre Medicamento do CRF-BA (Conselho Regional de Farmácia da Bahia).