Prefeito denuncia caos no abastecimento de água no município de Água Branca

  • Redação
  • 30/11/2012 15:22
  • Cidades

O prefeito de Água Branca, José Carlos Vieira, recorreu ao diretório estadual da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), sede em Maceió, para cobrar em caráter de urgência providências referentes à deficiência no abastecimento de água em comunidades do município.

Professor Carlos, como é conhecido o gestor, enviou um ofício para a diretoria da Casal relatando a questão. Conforme descreve no documento, as povoações localizadas nas regiões mais altas são as que mais sofrem com a escassez do líquido, ainda mais nesse período de estiagem prolongada. O prefeito também cita que escolas municipais e postos de saúde estão, respectivamente, sem ter aulas regulares e atendimento à população devido à falta de água.

O chefe do executivo municipal explica que os carros pipas do município não são suficientes para atender à demanda. Ele conta que esse caos vem acontecendo há muito tempo e ninguém toma uma atitude. “A situação chegou ao seu limite. Sou eu, como prefeito, que recebo as criticas da população. Além do mais, é um absurdo o que está acontecendo.” Desabafa.

Conforme Professor Carlos é grande o número de pessoas que todos os dias procuram à prefeitura em busca de explicações e soluções para a situação. Ele esclarece que já foram feitas várias reclamações junto ao escritório regional da Companhia, localizado em Delmiro Gouveia, porém, o mesmo tem feito descaso ao não tomar nenhuma providência.

Alguns moradores das regiões que sofrem com a falta de água contam que nesse período de seca estão recorrendo aos poucos açudes e barragens que tem algum resto do líquido para manterem suas rotinas de casa e até mesmo para beberem. “Estamos bebendo junto com os animais restos de água e pagando talões de cobrança de um líquido que não chega às torneiras. No entanto, se não pagarmos as taxas cobradas, temos nossos nomes incluídos em órgãos de proteção ao crédito;” Reclamou uma dona de casa do povoado Alto dos Coelhos que é uma das povoações que mais sofre com o problema. A mulher preferiu não revelar seu nome.

No ofício da prefeitura, também enviado para o Ministério Público local, Gabinete do Governador e Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), o prefeito José Carlos Vieira cobra da Casal mais sensibilidade com o sofrimento das pessoas e que o problema seja resolvido o mais breve, cumprindo dessa forma sua obrigação. O gestor também reclama a falta de atenção do governador do Estado para com o município, principalmente nesse momento que ele classifica como sendo de angústia e dificuldade. O prefeito aproveita para pedir que sejam tomadas atitudes urgentes no combate à seca intensa na região e que os recursos destinados pelo Governo Federal sejam propagados com mais clareza.

Em contato com nossa reportagem, a Casal, através de sua assessoria, informou que o gerente regional João Neto confirmou o recebimento do ofício enviado pela prefeitura de Água Branca. Ele esclarece que medidas já estão sendo tomadas para resolver o problema e diz que a principal causa da deficiência no abastecimento da Companhia é o furto de água na adutora que atende à região onde fazendeiros e outras pessoas estão realizando furos no canal para desviar o líquido para barragens, irrigações e outras utilidades.

Segundo João Neto, os furtos deixam a rede sem água e a adutora sem pressão suficiente para bombear a água para regiões serranas, como é o caso de Água Branca. Conforme João Neto várias operações, como a “Gato Escaldado”, estão sendo realizadas pela Empresa em parceria com Ministério Público, Polícias Militar e Civil. Mais de 20 pessoas já foram pressas acusadas dos furtos e estão sendo colocadas em liberdade após o pagamento do produto furtado.

A constante falta de energia elétrica que ocorre na região também foi citada pelo gerente da Companhia na região Sertão. Segundo ele, as estações elevatórias e de captação de água, esta última instalada no Rio São Francisco em Delmiro Gouveia, estão sendo prejudicadas com as interrupções elétricas. As bombas danificadas levam pelo menos 12 h para serem reparadas para que o abastecimento seja restabelecido.

Quanto às reclamações populares, o gerente informa que se reuniu esta semana no diretório regional com moradores das comunidades água-branquenses de Covões de Cima e Covões de Baixo onde foi discuto o problema. No encontro ficou decidido também que uma equipe da Casal vai realizar na próxima terça-feira (4) outra reunião para discorrer sobre o assunto, desta vez na comunidade Covões de Baixo e posteriormente em outras localidades.

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