Mesmo com a chuva, prefeitos sertanejos cobram ações rápidas contra a seca

  • Redação
  • 24/01/2013 04:59

A reunião do Comitê Integrado de Combate à Seca aconteceu nesta quarta-feira (23), na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). Os prefeitos desta região cobraram maior participação do Estado na distribuição de carros-pipas. As pautas discutidas serão levadas ao Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, na próxima terça-feira, dia 29, em Brasília.

Os prefeitos dos 37 municípios atingidos pela seca estão preocupados. A seca toma proporções inesperadas para administração municipal. “O pedido é de socorro. Nós procuramos solucionar os problemas da nossa cidade, mas a contra partida do estado ainda é muito pequena diante da situação”, afirmou Avânio Feitosa, representante da AMA no Comitê.

Na tentativa de sensibilizar o Estado, foi lançada a proposta de um financiamento maior de carros-pipas. “Hoje, a secretaria do Meio Ambiente está disponível para qualquer prefeitura. O Canal do Sertão é o que podemos oferecer agora para essa região. Mas ainda temos muito que fazer, levarei todas as solicitações para o governador”, afirmou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos Napoleão Casado.

O representante da Defesa Civil, Capitão Marcos Paulo, ressaltou a importância da estruturação das Coordenadorias Municipais de Defesa Civil (COMDEC) para manter medidas preventivas em longo prazo. “Pensar na resposta para esses desastres é imediato e importante, mas também é importante avaliar a prevenção”, afirmou. Em conjunto com a AMA, ficou marcado para os dias 29 e 30, em local ainda a definir, uma capacitação para os coordenadores da COMDECs.

Entre medidas que foram acrescentadas ao documento que será entregue ao ministro está o pedido da prorrogação das linhas de crédito do FNDS seca e a agilidade dos projetos que já estão elaborados e em andamento para as pequenas adutoras da casal.

As outras ações definidas pelos prefeitos são: o aumento em 50% da oferta de carro-pipa para consumo humano; a criação de uma operação específica de água para animais; a ampliação do programa de ração animal; incentivos aos produtores de leite através de subsídios; consignação permanente de 400 mil reais do Orçamento da União, durante cinco anos, para a limpeza de barreiros e construção de barragens de pequeno e médio porte em localidades com número superior a 50 famílias; criação de um programa federal para o cultivo da palma forrageira; priorização do fornecimento de água potável para todas as comunidades dos municípios que estão a 15 km da calha do Rio São Francisco ou do canal do sertão, através do programa Água Para Todos; fortalecimento do programa segunda água, que corresponde à cisterna de 52 mil litros de água e a recuperação de 100% dos poços artesianos para utilização para animal; aumento na distribuição de cestas básicas e água potável para os citados municípios. O pedido se faz necessário tendo em vista o prolongamento da estiagem, já considerada a maior do século e a situação dramática por que passam aproximadamente 401.606 (quatrocentas e uma mil, seiscentas e seis) pessoas, que dependem exclusivamente da atenção dos governos– federal e estadual- para sobreviver.

Os 37 municípios afetados pela seca são: Água Branca, Batalha, Cacimbinhas, Canapi, Carneiros, Craibas, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Izidoro, Maravilha, Mata Grande, Olho D’água das Flores, Olho D’água do Casado, Ouro Branco, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Piranhas, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Traipú, Senador Rui Palmeira, Pariconha, Inhapi, Palestina, Belo Monte, Monteirópolis e Minador do Negrão, Igaci e Quebrangulo.