O fim dos lixões, um sério problema ambiental

  • Amilton Ramos
  • 20/07/2015 14:20
  • Amilton Ramos

A geração de grande quantidade de lixo e o consumismo tem causado sérios danos ao meio ambiente. A média de produção por pessoa é de três quilos por dia.

Muito desse material poderia ser reaproveitado, melhorando assim o descarte do lixo. Em muitos casos, ele é simplesmente deixado a céu aberto em lixões, gerando uma série de problemas, desde o mau cheiro até a proliferação de ratos, baratas, moscas e mosquitos, animais transmissores de doenças.

A falta de controle do lixo na Idade Média foi uma das causas responsáveis pela disseminação de epidemias como a peste negra e o tifo. Será que esse episódio se repetirá?

Em alguns locais, o lixo é enterrado ou incinerado. Essas duas alternativas causam tantos problemas quantos os lixões, porque contaminam os lençóis freáticos pela produção do chorume, que penetra no solo e polui as águas subterrâneas.

A incineração do lixo também produz poluição ambiental em virtude da produção de gás carbônico e gases tóxicos.

Uma das metas mais arrojadas estabelecidas pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) para resolver o problema do lixo, foi a de estabelecer a data de agosto de 2014 para que todos os municípios brasileiros fechassem seus lixões e passassem a ter aterros sanitários ou outras formas menos poluidoras de dispor seus resíduos. Passados quase quatro anos e a poucos meses da meta expirar, o que se vê é um avanço tímido: mais de 23 milhões de toneladas de resíduos coletados anualmente no Brasil ainda recebem destino inadequado e vão parar em lixões ou depósitos irregulares, o equivalente a 42% de todo o lixo produzido pelas cidades.

O prazo previsto na Lei 12.305 de 2010 determinava que os lixões seriam todos fechados no País até o dia 3 de agosto de 2014. Contudo, o prazo encerrou-se e uma subcomissão temporária do Senado propôs a extensão dessa exigência até o dia 3 de agosto de 2016.

Os municípios do sertão e bacia leiteira de Alagoas, preocupados com a situação, realizou um Ato de assinatura de um aterro sanitário em 2011, gerido por um consórcio de prefeituras e que será financiado pela Codevasf, inclusive o órgão investiu quase R$ 3 milhões de reais. O aterro sanitário implantado entre os municípios de Olivença e Olho D'Água das Flores, ainda não foi concluído e integra as ações do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

O aterro sanitário, mencionado anteriormente terá capacidade para atender a uma população de mais de 100 mil habitantes de 14 municípios consorciados e mais cinco municípios da região: Batalha, Carneiros, Dois Riachos, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Isidoro, Monteirópolis, Olivença, Pão de Açúcar, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Senador Rui Palmeira, Belo Monte, Cacimbinhas, Palestina, Maravilha, Olho D'Água das Flores e Ouro Branco. Há uma probabilidade de que ao todo, esses municípios produzem cerca de 70 toneladas de lixo por dia.

Para apoiar a operação do aterro sanitário, serão instaladas também unidades de transbordo e reciclagem em pontos estratégicos da região. As áreas degradadas pelos lixões em cada município serão recuperadas após a implantação do aterro sanitário. Após a construção, a primeira célula terá vida útil de vinte dois anos.

É natural que os municípios menores tenham dificuldades de se adequarem e com possibilidade de não atenderem à meta do fim dos lixões no prazo de acordo com a PNRS, diante de algumas situações, tais como: condições técnicas e financeiras para transportar o lixo até o destino do aterro sanitário. É o que alegam os prefeitos dos municípios sertanejos.

A situação é bem nítida no cotidiano, é possível flagrar certos lixões a céu aberto com alguns catadores de materiais recicláveis, disputando os resíduos todos os dias.