Criado vizinho a Canindé de São Francisco, separadas apenas pelas águas do grande Opara, como assim era chamado pelos índios o belo rio São Francisco, está à cidade de Piranhas. Menino de rio, chuva e mato cresceu vivendo entre essas duas cidades irmãs. Como bem disse em seu discurso no dia 23 em Canindé, tem laços próximos com o berço de Ananias Fernandes e Epifânio Feitosa. Aqui estão os seus padrinhos, muitos amigos, laço político forte entre a terra, seu povo e um profundo conhecimento da história política, da cultura local e ainda dos nossos problemas sociais. Inácio Loiola é sintonizado com Canindé de São Francisco - SE, sua história passada e atual, seu povo e problemática. A frase “Canindé de São Francisco é caso de polícia” foi dita por um homem que conhece muito bem a matéria administração pública.

Foi um discurso breve e equilibrado. Não foi pesado no tom e preferiu fazer um pequeno histórico de sua vida, das relações e laços que mantém em Canindé de São Francisco. Foi o orador mais esperado do comício onde seu discurso chamou a atenção pela análise da situação em que se encontra Canindé em detrimento da receita que arrecada, e ousou comparar com sua cidade, Piranhas/AL, que arrecada cerca de R$ 4 milhões, com Canindé, que arrecada R$ - 11 milhões/mês, e mesmo arrecadando muito menos, Piranhas tornou-se referência no turismo e até na qualidade de vida atraindo turistas de vários lugares do mundo que transitam pela cidade hoje tombada como patrimônio nacional.

Canindé, na contra mão do desenvolvimento, com uma arrecadação de 11 milhões/mês, onde de 2005 à agosto de 2012, portanto 8 anos de mandato, chegou-se ao montante arrecadado de R$ 860 milhões de reais, quase 1 bilhão. Inácio não economizou na frase e carregou o tom afirmando: “Canindé de São Francisco é caso de polícia”.

Olhando para o discurso do deputado estadual de Alagoas, constatamos um município carente de atenção e implantação de melhores e mais eficazes políticas públicas voltadas para a cidadania em Canindé.

Outro que critica essa arrecadação volumosa em detrimento de reverter para desenvolver o município é Frei Enoque, ex-prefeito de Poço Redondo - SE, que sempre se refere a Canindé de São Francisco como a “Holanda” e Poço Redondo a “Etiópia”.

Tanto Inácio como Frei Enoque foram gestores do Executivo e tem larga experiência política e administrativa. Sabem muito bem o que estão dizendo. Se Piranhas de desenvolveu e é atrativa graças à bondade do rio São Francisco, Poço Redondo precisa também alavancar seu crescimento. Se ambas possuíssem um quarto da arrecadação de Canindé de São Francisco teriam outra realidade, os índices de desenvolvimento social não seriam perversos. Canindé possui o rio, as belezas atrativas do cânion de Xingó, uma receita invejável de 10 milhões/mês e tem um IDH índice de Desenvolvimento Humano comparado ao da cidade de Poço Redondo. O que está faltando?

A oratória de Inácio Loiola nos trouxe a mensagem de que algo está errado, na avaliação do ex-prefeito de Piranhas e atual deputado Estadual de Alagoas, é que a mudança de curso administrativo precisa acontecer. É impossível projetar Canindé para o futuro com esse exemplo de administração que não conseguiu implantar políticas públicas mais eficazes para a cidadania. É impossível aceitar o modelo de saúde que ai está. Humanamente impossível aceitar o descumprimento dos direitos trabalhistas ditados em Lei para as classes dos profissionais do magistério público municipal. Insuportável aceitar bairros excluídos da atenção social básica se transformando a cada dia em zonas sóciais de risco onde os moradores vivem em estado de vulnerabilidade social.

Canindé tem a receita mais invejada de Sergipe, como bem disse o deputado Inácio Loiola ao comparar com a capital Aracaju. O que falta é política de atenção social, vontade política, amor a terra, ao povo e a tudo que nela vive e precisa crescer. Canindé precisa desenvolver-se econômica e socialmente. Para isso é preciso gestores comprometidos com esse desenvolvimento.

O discurso do Deputado Estadual Inácio Loiola, prendeu e chamou a atenção de todos que estavam presentes por levar uma mensagem e fazer com que todos saíssem dali refletindo sobre a sua frase que a história ja registrou para a posteridade, e que foi dita por um ribeirinho que viveu em irmandade com Canindé, seu povo, sua história, cultura, política e realidade atual e mantendo laços fraternais e próximos a esse povo. Uma frase para a história lembrar: “Canindé de São Francisco é caso de polícia”.

O homem e a frase entram para a história.

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