A minha brasilidade faz-me torcer pela pátria de chuteiras – a gigante Seleção Brasileira – que busca a conquista do quarto título de campeão da Copa das Confederações. É neste período que os mais de 190 milhões de brasileiros formam uma corrente pra frente e esquecem as mazelas enraizadas em nosso País.

Ainda bem que existe, de quatro em quatro anos, a Copa do Mundo para encher a nossa alma dessa alegria contagiante e multicolorida estampada no rosto de milhões de torcedores de diversas nacionalidades presentes nos estádios, nas ruas, nos lares, nos bares e restaurantes.

Agora é o momento de deixar de lado os problemas. É hora de driblar a severa repressão marginal que impõe confinamento e prisão domiciliar a milhares de cidadãos de bem; a pilantragem política construtora de propinodutos com os tijolos da corrupção; as injustiças sociais que humilham, principalmente os mais pobres; a miséria que carimba e exporta anualmente milhares de anjos desnutridos e desidratados para o céu; a discriminação racial contra os negros (e contra as louras também);  a impunidade gritante que desafia os magistrados, a pesada e insuportável carga tributária imposta aos empresários e consumidores; os centenas de repugnantes casos de abuso e exploração sexual de menores por líderes religiosos e lideranças políticas; outros milhares de escândalos que acontecem nas esferas dos Três Poderes constituídos do Brasil.

 Durante exatos quinze dias o tapete de lama que ornamenta os gabinetes dos Três Poderes deu lugar ao tapete verde dos gramados dos estádios de futebol – Mané Garrincha, Fonte Nova, Castelão, Arena Pernambucana, Mineirão e Maracanã.

E hoje é o grande momento da torcida brasileira superlotar o Maracanã, as ruas, os bares e as residências, para torcer e aplaudir o show de bola dos talentosos jogadores do time canarinho comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, o “Felipão”.

 É hora de levantar a bandeira, vestir a camisa, pintar a cara de verde e amarelo, reunir a família e os amigos, preparar um petisco, tomar uma bebida, dá uma de técnico, vibrar com as jogadas dos talentosos jogadores brasileiros... estufar o peito e soltar o grito ecoante de gol do Brasil!

 É o instante sagrado, patriótico, da mistura de raças, cores, classes sociais, concepções religiosas e partidárias. Tudo em nome da paixão pelo futebol e da latente brasilidade, sem hipocrisia.

 É tempo de a população acordar dos assombrosos pesadelos causados pela gigantesca onda de violência que assola a nossa Pátria amada e sonhar com a conquista da taça de campeão pela quarta vez. É cantar... de gritar... Pra frente Brasil!!!