Polícia Federal avança em provas sobre organização criminosa envolvendo Bolsonaro, diz jornal

  • Terra
  • 31/08/2023 09:20
  • Minuto Política
Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro

Evidências reunidas pela Polícia Federal consolidaram a linha de investigação que aponta para a atuação de uma organização criminosa, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teria influenciado em frentes que variam desde ataques à democracia até a obtenção de benefícios ilícitos por meio de uso dos recursos públicos. A informação é da colunista Bela Megale, do jornal O Globo.  

Nesta quinta-feira, 31, irão depor simultaneamente Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras seis pessoas envolvidas no escândalo das joias. A oitiva coletiva foi uma forma utilizada pela Polícia Federal (PF) para evitar a chance de uma combinação de versões, e pode ser determinante para os próximos passos das investigações que colocam o ex-chefe do Executivo em uma situação jurídica delicada.

Segundo O Globo, os depoimentos serão importantes para os policiais federais delinearem o papel e os delitos de cada suspeito de compor essa organização. Fontes da PF afirmaram ao jornal que existem provas consistentes de que o mesmo grupo agia em conjunto e com papéis definidos em todos os casos investigados.

Preso desde maio no bojo de uma operação sobre a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde e suspeito por fazer parte desse núcleo, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, passou a colaborar com os policiais e presta, nesta quinta, seu terceiro depoimento em um período de seis dias.

De acordo com o jornal, a PF pretende apresentar até dezembro os relatórios finais dos inquéritos que investigam Bolsonaro e seu entorno. Porém, esse prazo depende de alguns fatores, como o retorno do pedido de colaboração feito à polícia dos Estados Unidos sobre a venda e compra das joias do ex-presidente.

Além disso, investigadores afirmam que há a possibilidade de serem feitos acordos de colaboração com suspeitos de envolvimento na organização criminosa. "Sempre há chance de fazermos delação. É um direito de qualquer investigado fazer esse acordo. Ele só tem que entender que pode colaborar", explicou um investigador à coluna de Bela Megale.