Novos nomes na política sertaneja com as velhas práticas coronelistas

  • Augusto Ferreira
  • 03/04/2013 12:57
  • Augusto Ferreira

É lamentável a situação em que passam os sertanejos. A falta de chuvas tem levado famílias ao lamento, desilusão e até o desespero. Embora tenha diminuído nos últimos anos o êxodo dos nordestinos para os grandes centros, ainda é notável que ele acontece.

Ter uma vida digna é direito de todos. A Constituição garante moradia, escola e saúde, todavia isso não é assegurado pelos políticos. Nas eleições municipais, de Leste ao Oeste, de Norte a Sul, gritavam por mudanças. Em muitas cidades isso aconteceu. Entraram no comando do município novos nomes da política.
Até agora, quase quatro meses depois, tem se reproduzido as mesmas ações dos velhos coronéis: nepotismo, enriquecimento ilícito, apadrinhagens e etc. A seca continua e como sabemos o sofrimento com a falta de água não é só uma situação climática. É um sofrimento causado por omissão dos prefeitos. Se a chuva não vem para a plantação, que ela venha ao menos para matar a sede de tantos inocentes.
Sabe-se que o Governo Federal libera verbas gordas para o abastecimento de água por meio de carro-pipas. Todo mundo percebe a necessidade destes carros chegarem às comunidades, os prefeitos são os únicos que não verem. Eles esperam que a comunidade sofra e se humilhe, implorando o abastecimento. Já é a política da compra de votos, onde a lógica é a seguinte: “você me pede. Eu mando os carros com água. Ano das eleições você vota em mim para pagar este favor”. 
Diante desta triste realidade aqueles que têm força, saúde e buscam melhores condições de vida se veem diante de uma situação doída: deixa sua terra e sair em busca da sobrevivência. Às vezes dá certo. Às vezes se frustram. 
A renovação que tantos gritavam nas campanhas políticas pode ter acontecido nos nomes, mas não ocorreu nas ações. Percebe-se muita gente frustrada pela venda de seu voto. Muitos tristes porque as promessas não foram cumpridas há quatro meses depois. E claro, a desculpa dos políticos é aquela de amarrar o eleitor: “eu vou ajeitar você”. 
Quando um político diz isso não se engane, ele não é político, porque a política visa o bem comum e não interesses individuais, e mais, esse ajeitar é amarrando o eleitor para as próximas campanhas. Não se enganem, já começou as articulações para a campanha de Deputados, e você eleitor, se não analisar a História, será mais uma vez vítima do sistema.