A dor que mata aos poucos

  • Augusto Ferreira
  • 08/07/2013 08:16
  • Augusto Ferreira

A vida está difícil, dizia um amigo meu. E continuou: Olho para o universo e vejo tudo nebuloso. O que acreditei, não acredito mais. O que denunciei não tem mais sentido. Parece que meus sonhos não me impulsiona mais aquela vontade de mudar o mundo.

Enquanto esse meu amigo expunha sua angustia pus-me a pensar sobre o quanto a vida é realmente como um parque de roda gigante. Ora estamos lá em cima, observando o mundo e as coisas em baixo, ora estamos embaixo vendo todo mundo ascender e você ficando.

A vida nos oferece tantas dificuldades que o mais prudente é puxar o freio de mãos. Deixar o carro ligado, mas sem sair do lugar. A dor do meu amigo é a dor de muita gente. Uns conseguem identificar a causa, outros se angustiam exatamente porque não sabe o que levou a tal circunstância.

Diante da dor e do sofrimento o mais prudente é calar-se, retirar-se e acreditar que a sabedoria do tempo encaminhe e reorganize o percurso que segue. Deus pode ser o caminho. Mas nessas horas, pela nossa incompreensão do sagrado parece que até Deus some. Só pela fé sabemos que Ele está ao nosso lado. Cada luz que brilha é Deus com o dedo na tomada apontando o caminho do recomeço.