Nova Eleição em Delmiro Gouveia

  • Ronaldo Targino e Ítallo Timóteo
  • 18/07/2013 12:05
  • Ronaldo Targino

Muito se fala sobre a situação eleitoral de Delmiro Gouveia, há quem acredite que estão apenas dando um "banho de água fria" no prefeito eleito Lula Cabeleira e sua Vice Ziane Costa, outros acreditam que não existe mais possibilidade de volta, e que Valdo Sandes, prefeito em exercício, permanecerá na cadeira do executivo da cidade, há ainda quem acredite na realização de novo pleito eleitoral. 

O fato é que todas as possibilidades não passam de especulações, pois o processo, que afastou o Prefeito eleito e sua vice, tramita em segredo de justiça. Houve o julgamento de uma liminar, que pedia o retorno do Prefeito ao cargo até que o judiciário se posicionasse de forma definitiva sobre o caso, no entanto o colegiado do TRE indeferiu, dando preferência pela desconsideração da soberania do voto popular, mantendo o prefeito afastado, coisas do judiciário alagoano.

Como a sentença do Juiz de primeira instância determinava o afastamento e solicitava nova eleição, o grupo de oposição reafirmava a nova candidatura do Padre Eraldo, no entanto começa a transparecer que o grupo não parece está tão unido nesse propósito. Repercute um comentário na cidade de que os dois vereadores eleitos pela coligação de Eraldo, não estariam mais dispostos a apoia-lo em novo pleito. Se esse boato se confirmasse não me deixaria surpreso, pois na política as coisas acontecem dessa forma, quando a tarefa é muito difícil se escolhe um nome para jogar aos leões, ou seja, na difícil missão de vencer Lula com a máquina na mão o grupo incentivava o nome de Eraldo, até porque, fica cada vez mais evidente que o líder intelectual do grupo é o vereador Professor Edvaldo e se Eraldo resolvesse ser candidato a vereador colocaria em risco a eleição do mesmo, por isso era melhor coloca-lo na disputa à prefeitura. Como hoje a tarefa parece ser mais fácil, o nome de Eraldo pode não ser aceito pelo grupo.

O outro candidato seria o prefeito em exercício, o vereador Valdo Sandes, que mesmo tentando não contrariar o prefeito afastado, por compor o mesmo grupo, tem se destacado na administração da cidade, cuidando principalmente do funcionário público. Valdo conquistou ainda o apoio dos demais vereadores, que não parece ser uma tarefa difícil para quem está na cadeira do executivo, pois até agora todos os prefeitos que passaram no cargo tiveram o apoio da maioria dos vereadores. O provável é que o trabalho de Valdo visa concorrer à prefeitura no caso de novo pleito e vem obtendo a aprovação dos delmirenses, pois o prefeito tem buscado uma forma de governo aberto ao povo, atendendo e ouvindo as necessidades, por isso pode ser uma pedra no sapato dos grupos políticos, tendo em vista que na eleição passada com certeza Eraldo teve voto de quem não acreditava nele, mas não queria Lula, bem como deve ter acontecido ao contrário também. 

Já pelo lado do prefeito afastado o nome mais forte é o de Luiz Anhanguera, atual diretor da fábrica da pedra, surgiu na cidade a conversa de um suposto acordo entre os dois desde a eleição passada, segundo comentários dos bastidores políticos, a proposta era o apoio da fábrica da pedra a Lula nas eleições de 2012 em troca do apoio de Lula a Anhanguera nas eleições de 2016, mas com a possibilidade de nova eleição, houve a antecipação do referido apoio, como o prefeito afastado anunciou publicamente em seu aniversário. Cogita-se ainda que o possível nome para Vice fosse o da vereadora Henriqueta, já que esta se mantém fiel independente da situação do prefeito afastado, cabe ressaltar que o nome de Henriqueta equilibraria o fato de Anhanguera ser um nome estranho, já que a vereadora esbanja popularidade. 

Em minha opinião o TRE agiu errado ao indeferir a liminar que pedia o retorno do prefeito eleito, pois a soberania do voto popular está prevista na Constituição Federal. Observa-se que o prefeito em exercício, Valdo Sandes, vem agradando a população delmirense, mas devemos lembrar que ele está no cargo porque ocupa a cadeira de Presidente da Câmara, sendo assim, caso essa situação não se resolva logo, a prefeitura de Delmiro pode correr sérios riscos, pois o próximo ano ocorre nova votação para presidência da câmara e o eleito deve, por tabela, assumir a prefeitura. 

A demora do judiciário também não é novidade em nosso Estado, na gestão passada a prefeita eleita em Joaquim Gomes foi afastada no início do mandato, mas as eleições só ocorreram 3 anos depois e durante esse período a cidade foi administrada por dois vereadores diferentes que ocuparam a presidência da Câmara. Na verdade existem fortes indícios de que o TRE deverá incluir o caso de Delmiro Gouveia na pauta da semana que vem, vamos ficar atentos para informar aos leitores em primeira mão.