Sexo e eleição: casamento perfeito?

  • Redação
  • 03/10/2012 00:26
  • Fábio Campos

Dando um giro pela história das eleições no Brasil, a gente vai descobrindo coisas interessantes. É sabido que a mulher brasileira, só teria tido direito a votar no “Estado Novo” do presidente Getúlio Vargas (1937-1945). Poucos sabem no entanto de episódios interessantes anterior a essa época, relacionado ao voto feminino.

Em 1927, na cidade de Mossoró no estado do Rio Grande do Norte, governado por Juvenal Lamartine, pioneiro ao autorizar o voto da mulher em eleições, o que não era permitido no Brasil, até porque a proibição não constava na Constituição Federal. A potiguar Celina Guimarães Viana foi a primeira eleitora do país. À época o jornal “O Estado de São Paulo” publicou: “No Rio Grande do Norte, poderão votar e ser votados, sem distinção de sexos, todos os cidadãos que reunirem as condições exigidas por lei”.

Depois Mietta Santiago, mineira educada na Europa (1928), através de mandado de segurança também garantiu o direito de votar e ser votada, tanto que sairia candidata a uma cadeira de deputada federal, no entanto sem conseguir se eleger. Carlos Drummond de Andrade impressionado pela façanha da conterrânea, a homenagearia com um poema intitulado “Mulher Eleitora”:

“Mietta Santiago
Loura poeta bacharel
Conquista por sentença de juiz
Direito de votar e ser votada
Para vereador, deputado, senador
E até presidente da República
Mulher votando?”

Leonel Camasão, candidato a prefeito de Joinville (PSOL), Santa Catarina nas majoritárias do próximo dia 07, que é homossexual assumido, apareceu no horário eleitoral com seu suposto namorado, e “no ar” tacou-lhe um beijo na boca. Fato este que causou certa polêmica, nas bases conservadoras. Foi duramente criticado pelos jornais local, o que levaria a entrar com um pedido de direito de resposta, junto à promotoria de Direitos Humanos e Cidadania do Ministério Público de Santa Catarina. Segundo ele, os comentários são agressivos e vão contra a população LGBT (lésbicas, Bissexuais, travestis, e transgêneros) e o partido.

O Brasil e o mundo, muito ainda precisa avançar nesse campo para digerir assunto tão indigesto. Quem não se lembra das charges e piadas picantes quando a "Dama de ferro" Margareth Tatcher, Primeira-Ministra inglesa esteve no poder (1979-1989). Também a deputada federal(PSB-SP) Luiza Erundina quando prefeita de São Paulo. No entanto eles conseguiram chegar lá. O estilista Clodovil foi um significativo exemplo de que merecem respeito.

O que não consigo entender é essa tal conquista do espaço. Dizer que a mulher está conquistando seu espaço. Isso depende do ponto de vista de quem observa. “Pra quem está no barco, quem balança é a praia!”

Seu Lunga, o cabra mais ignorante do nordeste ao chegar em casa, encontrou a mulher  debulhando feijão sentada no batente da porta. Ele pediu pra passar. Ela negou, alegando que estava ocupada. Ele saiu, meia hora voltou com uma marreta e começou a derrubar a parede. Aflita a esposa contesta:

-Ô Lunga, tu tá doido homem! Pra que peste tu ta abrindo esse buraco na parede?

-Essa porta daí não é de catar feijão? Estou fazendo outra pra eu passar!

Fabio Campos 03.10.2012 Breve no Blog fabiosoarescampos.com o conto inédito “VÃ É A CASA DOS INSANOS (Salmo 127,128)”