Natal ou Aniversário Natalício?

  • Redação
  • 18/12/2012 12:38
  • Fábio Campos

Pois é, vai não vai e estamos fazendo uso deles. Refiro-me aos ditos populares. Agora, alguém aí já se perguntou por que tantos deles utilizam os animais pra mandar seu recado? Se não vejamos: ”De grão em grão a galinha enche o papo”; “Quem sofre de véspera é peru de natal”; “A galinha quando se espanta deixa o ovo”; “Quem não tem cão caça com gato”; “Quando um burro fala os outros musgam as orelhas”; “Em terra de sapo de cócoras com eles”; “Macaco velho não põe a mão em cambuca”; “Gato escaldado tem medo de água fria”; “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. E por aí vai.

Existem também expressões bem interessantes que vagueia pelo reino animal pra nos trazer uma mensagem. “Bode Expiatório”, “Picar a Mula”, “Vaquinha de presépio”.
“Bode Expiatório” é expressão que vem da Idade Antiga, quando ainda existiam os holocaustos, em que se sacrificavam um animal em um altar nos ritos de muitas religiões, como o judaismo. Daí, quando uma pessoa, de uma hora pra outra se vê envolvida num escândalo, onde muitos estão envolvidos, mas somente esse ou aquele é que é exposto. O que abre um precedente pra outra expressão: “Pagou o Pato”.

“Picar a Mula” é expressão bem interiorana, dos sertões brasileiros. Está associada ao ato de evadir-se; fugir do local em que alguém se encontra; safar-se. Está relacionada ao ato de incitar o animal através do uso das esporas em seus flancos para que corra.

“Vaquinha de Presépio” essa expressão que tem muito a ver com “Bode Expiatório”. Significa expor alguém de modo vexatório. Ridicularizar, tornar público de modo pejorativo. A palavra presepada por exemplo, nada ter a ver com presépio, esta de cá refere-se a estábulo, estribaria, lugar, local onde se coloca equipamentos para trabalhos agropastoril. Já presepada é espetáculo de vagabundo, bagunça, alarido de rua.

Seria possível o popular tornar-se culto e vice-versa? Vejamos. Certa vez o renomado jurista Rui Barbosa entrou numa barbearia e disse:

“Venho diante de ti para escanhoar meu frontispício, e que atribuas o corte costumeiro aos pelos da minha região occipital. Caso não me dê por satisfeito com tua obra, com minha bolota de sobreiro, aplicar-te-ei algumas bordoadas ao cocuruto!”

Se não fosse tão culto poderia apenas ter dito:
“Quero fazer barba e cabelo, o mesmo corte de sempre. Caso não goste do serviço, darei umas cabadas de bengala na tua cabeça!”

Natal é palavra que vem de nascimento. Aniversário refere-se a qualquer coisa que se repete a cada ano, (do Latim) amni-vers-arium; uma versão por ano. Pré-natal, Neo-natal e Pós-natal, são referências as estágios gestacional de uma lactante(a que amamenta) e seus lactente(o que mama).

Há muitos anos na Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na cidade de Garanhuns-PE. passou um padre que era famoso por suas investidas com as mulheres. A ponto de uma delas acabar engravidando. O bispo em visita a cidade, acabou encontrando a tal mulher, e por acaso perguntou-lhe:

-De quem esse menino na barriga?

-É do padre Inácio?

-Oxente! E padre Inácio tirou a batina?

-Não. Ele segurou com a boca.

Fabio Campos 18.12.2012 No blog fabiosoarescampos.blogspot.com em Breve o Conto inédito: “A Lenda do Natal”