Entre quatro paredes com Kátia Pimentinha

  • Redação
  • 24/08/2012 20:00
  • Blog da Gracinha

A taperense  Kátia Pimentinha (acompanhante de luxo), revela em nossa entrevista o quanto uma garota de programa de sua categoria deve estar saudável para trabalhos de alto padrão.

A garota de programa  mais famosa de São José da Tapera não faz sexo sem camisinha e transa tanto com homens quanto com mulheres. A  prática de Swing e festinhas de despedida de solteiro também estão em sua programação. Se o cachê for bom (mais de R$ 300 por duas horas de sexo) ela topa realizar as suas fantasias.

Kátia revela que em sua vida teve de tudo. Muito dinheiro, luxo e passeios maravilhosos. Com relação às jóias que ganhava de cortesia de seus clientes vips, os quais se sentiam satisfeitos com a morena, ela prefere não falar no assunto para não causar cobiça. Sua renda chegava fácil a mais de R$4 mil reais por mês. 

Pimentinha (nome conhecido como garota de programas) exibe uma evolução em seu corpo desde a adolescência. Com um corpão de despertar desejo em qualquer marmanjo e mulheres adeptas, ela fala abertamente sobre a sua vida sexual em um bate papo pra lá de descontraído e afirma que  já se apaixonou por clientes e que muitos políticos são caloteiros. Entretanto, teve um forte político da região que queria montar uma casa para viver uma vida de esposa-amante com a ex- garota de programa.

Com relação a alguns clientes, Pimentinha é taxativa ao falar que já esperou muito de certos homens e tiveram vários que a surpreendeu deixando-a louca de prazer na cama.

" Idade não faz um homem na cama e sim as suas atitudes. Se o homem tiver pegada ele não precisa ser milimétrico, "revela.

ENTREVISTA:

O que te levou a entrar para o ramo?


Sempre tive muita curiosidade sobre esse mundo dos programas, desde muito cedo já me imaginava sendo uma profissional do sexo. Quando eu tinha 16 anos fui morar em são Paulo e na ânsia de ser famosa procurei formas de entrar nesse mundo do estrelado brasileiro. Liguei para algumas agencias de filmes pornográficos, porém o medo na época e a menor idade me impediram de entrar, também era dependente de minha família, o que me fez ficar mais restrita. Esperei alguns anos e quando morei em Maceió, já aos meus 19 anos, me senti mais próxima dos programas. Na época não existia a divulgação em massa pela internet, era mais em jornais nos classificados, eu fazia faculdade de jornalismo e estava desempregada vivendo de uma mesada que uma tia mandava para mim, me sentia muito inútil. Procurei emprego e não encontrei, mais uma vez liguei para a gazeta, desta vez mais decidida a entrar, mas o dinheiro para o pagamento da divulgação do anuncio mensal eu não tinha, por isso não comecei antes. Estava desesperada, pois não queria desistir da faculdade, assim pedi ajuda a alguns políticos amigos da família. A ajuda chegou no primeiro mês em troca de favores sexuais, considero esse acontecimento meu primeiro programa, pois foi a primeira vez que me deitei com alguém que não sentia nenhum sentimento, em troca de dinheiro, porque se não fizesse isso passaria fome. De volta a minha terra, desisti da faculdade, pois só consegui ajuda durante um mês. Algum tempo se passou e eu já estava de vida nova, trabalhando, e cursando mais uma vez o curso superior, agora ciências contábeis. Alguns fatores também foram contribuindo para que eu voltasse a pensar na vida de profissional do sexo, fui tendo muitos namorados, os quais foram me decepcionando muito, enquanto colocava muita expectativa nos relacionamentos, eles só me usavam, talvez pelo fato de ser a gostosa, eles queriam só usufruir naquele momento e nada mais. Isso foi me revoltando e passei a me divertir com os homens, porém de graça, sem nada em troca, vi que poderia usar a minha revolta a meu favor, como já estava transando só por transar, poderia a partir dai, conseguir algo. Foi quando assisti ao filme da Bruna Surfistinha pela segunda vez, e vi que as coisas tinham se modernizado ao ponto que resolveria na internet o agenciamento, foi o que fiz. Divulguei meu número telefônico e comecei.

Como foi feita a escolha do nome Pimentinha?


De inicio, o nome era Katia Pimentel, em homenagem a um amigo que sempre me apoiou e me deu muita força na época em que trabalhava como auxiliar contábil, só que o Pimentel era culto e não muito atrativo. Alguns dias depois os clientes começaram falar que eu era fogo, que era uma danadinha na cama, então fui e batizei o Pimentel de Pimenta e foi um sucesso. E depois as pessoas passaram a me chamar de “Pimentinha” e esqueceram a “Kátia”.

Quais são as vantagem e desvantagens de ser uma acompanhante de luxo?

Vantagens: Além do valor diferenciado pelos programas, o público que atende de alto nível, as amizades conquistadas com pessoas fluentes, e fazer parte dessa alta sociedade, está nos lugares de luxo, viver uma vida de glamour, viagens.
Desvantagens: A fama, que um dia cheguei a pensar que seria boa, no meu caso ela foi algo ruim.

Os termos utilizados, como “garota de programa”, te incomodam?

Não me incomodam em nada, garota de programa, prostituta... Sou realista e não gosto de agir com hipocrisia, mas o que me incomoda é a hipocrisia que existe entre as pessoas, que me olham, falam comigo, fingem amizade e depois descubro que falaram de mim por traz, que descriminam, julgam, e por fim me excluem.

Quais são as fantasias sexuais mais comuns entre os homens?

Em primeiro lugar transar com duas mulheres, ver as mulheres juntas transando excita muito um homem, e uma segunda a penetração no ânus com dedinho ou acessórios.

Houve alguma fantasia que você achou estranho mais teve que realizar para o cliente?

Houve sim, mas eu não consegui realizar, foi a que achei um absurdo. O cliente queria me ver pisotear peixinhos vivos, me ver fazendo cara de mal. E outro me queria ver matando animais maiores, isso eu não consegui de forma alguma realizar. Até porque adoro animais, e não sou capaz de matar nenhum bichinho. Outra que achei muito estranha foi ter que defecar e o cliente se masturbar e gozar me vendo fazer isso, o pior é que depois até eu gozei, esse dia eu me divertir.

Você também faz tele sexo?

Sim, fiz tele sexo e cobrava uma quantia menor por esse tipo de serviço, e striper via webcam, também com valores bem menores que os programas.

É comum você ser contratada por mulheres?

Não muito, foram poucas mulheres que me ligaram, conto nos dedos. Porém é comum às casadas ligarem para presentear os maridos com programas diferentes. Uma boa parte queria satisfazer o marido, fazendo-o ficar com outras mulheres.

Em uma prática de swing, o que não pode rolar?

O meu swing é livre, pode rolar tudo, entre as pessoas o limite eu desconheço, sou bem divertida e adoro satisfazer quem está próximo. Não existem regras, o prazer é o foco maior, a quebra de preconceito também.

Já acontece em algum programa o cliente não pagar ou querer te bater pra valer?

Sim, aconteceu no primeiro programa que fiz como Kátia Pimentinha, na cidade de Arapiraca. Depois de ter ficado com o rapaz ele disse que não iria me pagar, tive medo de exigir que ele pagasse, perdoei e deixei por isso mesmo, mas agredida nunca fui, até porque sempre mantive a calma. Também já aconteceu um fato que tive medo, com um político de uma cidade próxima de Arapiraca, que saiu com a gente durante o dia inteiro. Seria uma quantia diferenciada, pois costumo cobrar outros valores por diária. Ele se recusou a pagar e tive que acionar a polícia, porém ele conseguiu ir embora, conversando com o dono do motel, deixando um valor bem menor que o combinado.


Durante esse tempo em que você faz programa, você ganhou muito dinheiro e presentes de valor?

Ganhei um valor significante, fiz poucos investimentos, até porque gastava muito para me manter bonita e em forma. Também ganhei alguns presentes caros, como perfumes e cremes importados, roupas de grifes, sandálias, aparelhos eletrônicos entre outros presentes, mas procurava não abusar da situação. Recusei também outros presentes mais valiosos, como automóveis e casas, visto que seriam presentes com interesse de me manter presa.

De um ponto de vista sexual, quem faz sexo melhor, o homem ou a mulher?

Nossa! Essa é uma pergunta difícil de responder, mas vamos por partes. Primeiro existem homens que transam péssimo. Também existem mulheres assim, mas de uma forma geral, eu sou adepta ao sexo com homens e não tem nada melhor que algumas penetradas. Gosto do sexo oral com as mulheres. É muito excitante está com uma mulher, porém das que estiveram comigo, foram poucas que me deram prazer. Assim, considero os homens melhor de cama que as mulheres.

Entre quatro paredes, realmente vale tudo?

Antes eu dizia que sim, mas agora digo NÃO. Porque se fosse só a prática de sexo valeria tudo. Hoje, que já sei que além do sexo existem fantasias que jamais faria, digo que entre quatro paredes não vale tudo.

Em muitos dos seus encontro profissionais você já se apaixonou?

Eu sou uma eterna apaixonada, me apaixono muito fácil, e tive muitas paixões nessa minha vida.

No ato sexual  você transa sem beijar ou pode beijo de língua?

O combinado para o programa é apenas sexo, sem beijo, mas ao depender do cliente e de sua higienização junto com a química, quando eu sinto vontade rola sim beijo.

Você transa sem camisinha?

Não, jamais. Sem camisinha de forma alguma. Preso por um atendimento de qualidade e para isso tenho que ser uma pessoa consciente e conscientizar as pessoas. Sexo sem camisinha não dá.

Algum cliente já pagou mais caro para transar sem camisinha?

Sim, já recebi ofertas inacreditáveis para fazer sem camisinha, mas não aceitei, até porque quando a esmola é de mais o santo desconfia. Não posso pôr minha saúde em riscos por alguns reais. Minha saúde em primeiro lugar.

Quando você está namorando e vai fazer sexo, é diferente do que você faz nos programas?

Sim. Muito diferente, pois nos programas não rola sentimento, e no namoro é algo mais intenso, tem sentimento, um querer está junto, uma apegação mais forte, beijos verdadeiros, a preocupação em satisfazer ao máximo o parceiro, tudo isso difere bastante dos programas.

Na teledramaturgia brasileira, a minissérie Gabriela vê o prostíbulo como algo normal onde o homem pode ter outras mulheres para se satisfizer. Como você vê essa realidade?

Na maioria de meus atendimentos com casais as mulheres cedem o espaço delas até mais que os homens, fazem mais as vontades dos companheiros. Já os homens ainda estão se acostumando a cederem mais para nós mulheres. Tanto o prostíbulo é algo normal para o sexo masculino como também para o feminino, pois como já relatado em meu blog, as relações estão fadadas ao fracasso caso o prostíbulo não aconteça. O homem procura outras mulheres não porque esteja faltando algo em casa, mas para diferenciar um pouco o cardápio, a mulher tanto como o homem sente essas vontades, porém em nome da religião e do moralismo, se mantem mais reservada que os homens.

Analisando todo o contexto sexual, como você definiria o sexo?

O sexo para mim é uma arte, nem todos tem talento para praticar o sexo, é um espetáculo, nada de ser taxado como algo promíscuo, é uma prática bonita e que deveria ser vista por todos com outros olhos, nada de mal em alguém praticar sexo. E quando bem feito é lindo. Sendo bom e dando prazer, porque dizer que isso é feio? E porque dizer que é pecado se estas pessoas estão sendo felizes com isso? O que há de mal nisso?

Existe amor sem sexo e sexo sem prazer?

Sim. Existiram pessoas que eu amei sem que para isso tivessem que me deitar e transar, no entanto o gostar era tão mais intenso que não havia essa necessidade de sexo. Sexo sem prazer isso é um fato mais comum, pois vemos até nos relacionamentos, onde pessoas na maioria das vezes casam por um status e sem sentir nada por determinadas pessoas, nem excitação nas relações sexuais. Nem tão pouco prazer de estar ao lado de determinada pessoa, isso é mais comum.

Entre as vezes que você ficou com seus clientes, você já se apaixonou?

Sim. Essa paixão que tive frisou com carinho, pois desde o primeiro momento eu senti que não seria um simples programa, ele havia me tratado como jamais nenhum outro homem me tratou. Muita atenção, carinho, preocupado em proporcionar prazer primeiro que sentir prazer, me fez enxergar como sou uma mulher especial, me fez sentir bela, ele é um homem que toda mulher sonharia ter, além de lindo, o vaqueiro.

Muitas pessoas do seu convívio social sabem que você é acompanhante de luxo, isso te incomoda?


No primeiro momento tive medo de como minha família iria reagir. Tive uma grande surpresa porque todos aceitaram e agiram com naturalidade, só minha avó que às vezes ficava rindo e me chamando de Pimentinha, mas eu sempre levei na esportiva, é natural para mim a partir do momento que eles aceitaram. Já na faculdade foi um impacto maior, porque quando souberam eu já não estava frequentando a sala de aula, já outros curiosos ficam sempre me ligando e me procurando e apontando. Já fui para casa muito cedo numa festa de São João em São José da Tapera por causa dos olhares do povo, me senti o centro das atenções, fiquei incomodada e me retirei. Meus amigos depois puxaram minha orelha e disseram que jamais eu fizesse isso de novo, pois não sou pior que ninguém para ter que me envergonhar. Agora já ajo com naturalidade, saio na rua, vou às festas e quem for meu amigo não vai ficar falando, os outros não estou nem ai, até porque vivo feliz.

Você é uma pessoa inteligente, faz faculdade e tem um circulo de amizade independente de trabalho particular. O que te falta?

Não busco a riqueza, busco uma vida confortável. Sou de uma família humilde e que sempre trabalhamos para nos mantermos, mas sou bastante preocupada não só com meu futuro, mas de toda minha família. Estudo para ter um futuro melhor. Fiz programas também para mudar o mais rápido possível a realidade de minha família, e me falta ainda uma formação que der para ter meu próprio negócio, uma família tradicional com marido e filhos, apesar de que agora vejo que me distanciei desse sonho, visto que as pessoas enxergam-me como alguém imprópria para um relacionamento. A tranquilidade o sossego de uma cidade pequena, uma vida harmoniosa, esse vai ser o grande desafio depois que me descobriram como garota de programa, mostrar as pessoas que posso ser uma excelente esposa, uma excelente mãe, uma excelente companheira. Sou movida pelos desafios e estou agora em busca disso.

Em algum momento você teve que consumir drogas para satisfazer cliente?

Não usei por obrigação, usei por curiosidade, experimentei a cocaína, o craque e a maconha, mas não me identifiquei com nada disso, gosto mais de tomar uísque e pronto, nada de cigarros ou drogas ilícitas.


Entre sua relação de clientes, existem políticos? Eles pagam bem? Ou até no prazer eles querem ganhar vantagens?

Existem sim. Dos mais desconhecidos aos mais conhecidos no estado, mais vemos sempre em nosso convívio pessoas boas e ruins, encontrei também esse tipo de político perto de mim, alguns que queriam se dar bem por ter nome e não pagar os valores combinados, outros que me ajudaram bastante. Porém nem todos pagam bem, o choro é grande. Avalio hoje os políticos como meus piores clientes. Uma boa parte queria está desfilando comigo, se exibindo em nome de amizade. E não consideravam perca de tempo que eu perdia com eles, os outros clientes pagavam a diária certinha.

Em seu blog você traça um perfil semelhante com o da famosa garota de programa, Bruna Surfistinha, onde você relata os acontecimentos entre quatro paredes. Houve alguma inspiração no filme?

A ideia do blog surgiu justamente para mostrar qual tipo de garota sou eu, para os clientes verem isso de forma positiva, pois eles preferem uma garota culta que eles possam sair para qualquer restaurante, boate, barzinhos e outros tipos de festas e eventos. O blog foi um meio de fidelizar meus clientes, não quis em nenhum momento ser vista uma copiadora da surfistinha, nossos blogs serão todos parecidos, porque sempre vão falar da nossa história, nossa rotina, que só muda de endereço porque são todas iguais. Tanto meu blog, como de inúmeras garotas antes e depois da surfistinha serão iguais. Só os toques serão diferentes.


No filme uma linda mulher, a personagem de Julia Roberts se apaixona pelo contratante e vai viver uma vida de luxo, de primeira dama. Você idealiza esse final para a sua vida?

Já tive muitas oportunidades de me aproveitar da situação e viver essa vida de Luxo sem amor. Como somos movidos por nossas escolhas optei por uma vida simples com amor. Se fosse viver essa linda história de filme seria só uma parte boa: o luxo. Já o amor, a mercadoria principal, que matem as relações, não existiria. Portanto preferi está como estou hoje, não quero ser dependente de nenhum companheiro, muito ao contrário, acho que desde cedo fui educada a conquistar minha independência financeira. Por isso não idealizei jamais esse final para mim. Até porque meus planos eram de ficar apenas um mês de experiência e se prorrogou por mais tempo.

O que lhe motivaria a sair dessa vida?

Hoje não faço mais programas, estou tocando minha vida de outra forma, voltei ao meu pequeno comércio. Estou envolvida na política local, onde tento eleger o amigo e companheiro de trabalho. E me reeducando financeiramente, pois estava acostumada a gastar mais que R$ 4.000 por mês só de estética e viagens, agora volto a me reeducar para saber viver com uma renda bem menor. O motivo disso foi o cansaço da fama, pois estava sendo reconhecida em todo o estado, nas cidades onde passava o povo já sabiam quem eu era, tentei morar em Aracaju, mas lá também já sou bem conhecida e em Maceió. Sem sucesso, resolvi encarar as pessoas de minha cidade e depois enfrentar as de Arapiraca, pois voltarei a estudar.

Analisando tudo que você realizou em sua vida, você faria tudo de novo?

Em se tratando dos programas sim, foi uma fase boa em minha vida, me divertir muito, conquistei muitas coisas que sonhava, vivi momentos que lembrarei sempre, conheci pessoas maravilhosas que hoje são amigos. Só tomaria mais cuidado para que não me descobrissem como aconteceu, pois alguns sonhos meus hoje vão ficar mais difíceis de serem realizados por eu ser uma ex garota de programa.