Na manhã desta segunda-feira (25), moradores do Povoado Pilões, zona rural de São José de Tapera, saíram com direção a uma ponte que cedeu há muito tempo localizada na estrada de principal acesso da localidade e fecharam a passagem em sinal de protesto.

Um vídeo gravado por moradores mostra a negociação do grupo e o momento exato em que eles não aceitaram a proposta do Secretário Municipal de Transporte, Obras e Viação José Antônio Cavalcante, em colocar uma caçamba de entulho no local.

De acordo com o morador da zona rural, Jorge da Silva Gomes, essa união do povo de Pilões e região é a confirmação de que a população não está mais temendo buscar seus direitos esquecidos há mais de 20 anos. Ele disse ainda que,  nos tempo de chuva, a população fica intransitável e que, por isso, não aguentarão mais o descaso e quanto mais os governantes ficarem de braços cruzados, os moradores se fortificarão em busca de soluções, nem que para isso passem dias após dias reivindicando seus direitos em frente à Câmara Municipal de São José da Tapera.

 “Todo cidadão deveria lutar por seus direitos para reivindicar o que é de dever desses governantes que fazem de conta que o problema não existe. Nós temos que cobrar o andamento desta obra que a décadas não foi resolvida,” afirma José.  “É uma pena que os vereadores estão em recesso, porque uma manifestação seria feita em frente à Câmara Municipal. Queremos um pleito para reivindicarmos. Aqui não aparece nenhum vereador e o prefeito está viajando. E como fica a população?” questiona, ressaltando que os moradores esperam que mais pessoas se mobilizem, que apoiem a causa.

O representante disse ainda que os moradores de Pilões, Salgadinho, Torrões, Baixa Grande, Lagoa da Cobra e região estão cansados de falsas promessas e de ver, todas as vezes quando volta a chover, o nível da água da ponte subir e os moradores ficarem ilhados.

“Existem meios de resolver. Não é atribuição da população saber de onde vem o dinheiro ou se estão alegando crise. Não queremos saber. O prefeito, como representante do seu povo, que vá a Brasília ou até o governo do estado e nos represente. Diga sobre o nosso sofrimento, sobre os transtornos e até sobre os riscos que corremos ao transitar por uma ponte alagada” afirma Jorge, explicando que existem verbas emergenciais para todos os municípios e recursos próprios que poderiam ser destinados para a construção da ponte. “Que eles sejam usados em benefício da população da zona rural do Povoado Pilões e região. Esse é a obra mais emergencial do município e cabe ao prefeito Jarbas tomar as devidas providencias, e não fazer de conta que não existimos.”

De acordo com o Secretário Municipal de Transporte, Obras e Viação, José Antônio Cavalcante, que já foi prefeito do município em 2008, a sua ida até a localidade foi para tomar uma medida emergencial até que o problema seja solucionado. Uma caçamba foi autorizada pelo secretário a ir até a localidade para colocar entulhos na ponte, mas um grupo de moradores da zona rural que estavam na localidade impediu de realizar a ação.

“Fui sim impedido por uns dois ou três cidadãos de colocar os entulhos. Já que eles não querem, não posso fazer nada no momento. Essa era a única ação emergencial que poderíamos fazer” afirma o secretário José Antônio.

Ao ser questionado se o problema era recente, o Secretário reconheceu que essa população vem convivendo com essa situação há um longo tempo, mas que a crise que o país está passando impossibilita ações mais enérgicas.

“Sim, temos conhecimento que esse problema vem acontecendo há algum tempo. Mas, no momento, como Secretário, estarei levando a situação ao prefeito Jarbas Ricardo, mas não podemos garantir uma reforma ou construção de uma nova ponte porque estamos enfrentando uma crise e não é só em São José da Tapera, é em todo país” afirma.

Em agosto de 2015, professores e alunos do Povoado Pilões usaram as redes sociais para manifestar os mesmos problemas.  Já os moradores que manifestaram hoje pela manhã,  também pretendem usar as redes sociais como reforço na divulgação da ação e união do grupo. Além disso, uma reunião será realizada na comunidade para traçar as próximas medidas a serem tomadas. No entanto, uma visita para relatar o ocorrido e cobrar apoio aos vereadores de São José da Tapera, logo após o recesso,  já está na pauta.

Assista ao vídeo: