Acadêmica em farmácia alerta para o mau uso de medicamentos

  • Redação
  • 05/09/2012 20:10
  • Blog da Gracinha

por Gracinha de Souza

Quando aparece um dor de cabeça ou no corpo, tosse, catarro, coriza, febre, mal estar, o comportamento de muitas pessoas é o mesmo, correr para a farmácia mais próxima e comprar remédios sem orientação médica. Esses sintomas levam em todo o país milhares de pessoas a consultórios médicos, mas, essa não é a nossa realidade, devido à quantidade insuficiente de médicos na região ou mesmo a dificuldade de acesso a consultórios médicos, por isso é comum as pessoas recorrerem aos remédios usados outras vezes e que deram bons resultados ou ir até uma farmácia, seguir a dica de uma vizinha ou da avó.

No mercado farmacéutico nessa época do ano o movimento nas farmácias e drogarias aumenta em torno de 25% a 30% nas vendas, com a procura por xaropes, vitamina C, descongestionantes nasais, e principalmente, antigripais. Sendo essa porcentagem diferente em cada região como explica a acadêmica em farmácia, Angélica Prudente.


De acordo com a acadêmica, os principais medicamentos enquadrados nessa lista são: os antitérmicos e analgésicos usados para febre e dor. Descongestionantes nasais, na forma de gotas ou spray para situações de congestão nasal. Anti-histamínicos para tratar de crises alérgicas ou expectorantes para tosse que facilitam a liberação das secreções. Além das pastilhas, que diminuem o mal estar derivado da dor de garganta, rouquidão e antigripais também fazem parte dessa relação. Agélica, explica que esses medicamentos fazem parte dos MIPs(medicamentos isentos de prescrição). Porém, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além dos efeitos colaterais inerentes a qualquer outro tipo de medicamento, o MIP pode atrasar o diagnóstico de uma doença se utilizado de forma abusiva ou sem orientação." Todo medicamento tem efeitos colaterais e podem trazer riscos à saúde, mesmo os medicamentos isentos de prescrição, quando usados de forma inadequada e sem orientação do profissional da farmácia,” afirma Angélica .

É comum vermos em propagandas de remédios para curar uma dor aqui, outra ali, jogadores de futebol, apresentadores de Tv ou atores com uma aparência saudável que estampam a telinha para incentivar o consumo de medicamentos paliativos. Esse tipo de marketing incentiva o consumo sem receita médica, uma vez que o consumidor não é alertado do possível risco que acarreta em grandes dozes ou uso prolongado de forma desnecessária.

Mas você já parou para pensar se isso pode acarretar em problemas futuros?

“Alguns dos medicamentos mais usados para tratar as principais doenças no inverno são usados principalmente para tratar o alívio dos sintomas, e não a patologia, ou seja, trata a dor de cabeça, mas não a origem da dor. Eles irão combater a coriza, normalmente fruto de uma questão viral, mas não a gripe. Analgésicos como paracetamol podem causar insuficiência hepática quando usados de forma abusiva por longo período,” destaca Angélica.

Angélica alerta para sintomas persistentes que podem ser oriundos de outro problema de saúde. “Mesmo se o medicamento for de uso corriqueiro, cuidado com aqueles sintomas que sempre voltam, pois podem ser sinal de uma doença mais grave. Por isso se deve sempre seguir o alerta: se persistirem os sintomas, procure o médico para diagnosticar e tratar adequadamente. Do mais simples ao mais complexo, é importante se informar para que serve e como utilizar o medicamento de forma correta, evitando intoxicação ou efeitos indesejáveis. Por isso procuramos tomar esses cuidados, quando atendemos um cliente no balcão, que necessita de um MIP(medicamento isento de prescrição). Afinal, farmácia não é um simples comércio como outro qualquer, e sim um estabelecimento de saúde,” finaliza.