As superações de um cadeirante: Perde-se as pernas, ganha-se a fé

  • Redação
  • 12/09/2012 18:23
  • Blog da Gracinha

O empresário do ramo de funerária de São José da Tapera, Adriano Ricardo, após quase um ano da tragédia que resultou na perda dos movimentos de suas pernas (paraplegia), nos conta com exclusividade como ocorreu o acidente e como a sua vida se transformou, passando de desvirtuosa e introspectiva para suplicia e unificada, fazendo-o enxergar o mundo de uma maneira diferente como cadeirante.

Para Adriano, uma de suas maiores felicidades é ver o seu filho tê-lo como ídolo, e, ao retratá-lo em desenho escolar, descrevê-lo um Super pai em uma cadeira de rodas. Na política, Adriano deixa claro que não está aproveitando o fato de ser um paraplégico para barganhar votos em sua candidatura como vereador, visto que, esse era um sonho antigo e que há muito tempo estava sendo discutido em família.

"Os deficientes não saem de casa, não vão para escola, eventos sociais por vários motivos, como: acessibilidade, preconceito (muitas vezes até em casa) e muitos por não ter uma cadeira de rodas. Vou lutar para incluir essas pessoas na sociedade," disse. 

ENTREVISTA:

Como descrever os momentos e aflições que você e sua esposa passaram diante dos bandidos no dia do acidente? É um trauma que você leva para o resto da vida (passa um filme quase todos os dias). Mas, obrigado pelo espaço, pelo qual poderei explicar para a sociedade o que realmente aconteceu naquele 14 de outubro de 2011. Saí de Arapiraca com minha esposa por volta de 17:30h, já pensando em parar na cidade de Batalha, onde existe um espetinho que costumava parar com certa frequência. Demorei cerca de 40 minutos no local. Às vezes acho parando ali com frequência, passei a ser um potencial alvo para os bandidos, por outro lado penso, que a distancia percorrida até ser abordado – já próximo ao povoado marruá, quase 30 quilômetros depois, próximo ao posto policial – fico na duvida. Acredito que eles (bandidos) vinham dando sinal de luz para eu parar o carro e não percebi, foi dado o primeiro tiro no vidro da porta traseira (onde não tinha ninguém). Nunca tinha ouvido um tiro na minha vida e engraçado é que pensei que era algum amigo, com alguma brincadeira, mas quando olhei do lado tinha um carro preto com 4 elementos com armas em punho mandado eu parar o carro. Fiquei sem reação por alguns segundos, e essa falta de reação foi o que os levou a alvejar meu carro. Foram vários disparos e um atravessou a porta traseira do carro, o banco e por fim atingido minhas costas e de forma instantânea fiquei sem sentir minhas pernas. Agora imaginem parar um carro sem as pernas e com as balas passando por tudo que é lado; não sei como, o carro parou (na verdade eu sei; foi DEUS). Logo os bandidos chegaram e usando a expressão: você perdeu, você perdeu... sai do carro, sai do carro! Percebendo que tinham me atingido e que seria impossível eu sair do carro, me jogaram no asfalto e tentaram sair no carro; como o veículo possuía um dispositivo antifurto, não conseguiram leva-lo; por isso que surgiram vários comentários de que os disparos não seriam pra mim, que os bandidos disseram “pegamos o cara errado”, tudo mentira! Eles queriam o carro; Como não conseguiram levá-lo, voltaram até onde eu estava deitado e passaram a me agredir, dizendo que eu tinha feito o carro parar de propósito e que tinha algum controle desse sistema antifurto comigo. Essa hora foi a única que pensei que iria morrer com um tiro na cabeça. Um dos elementos estava visivelmente drogado e muito violento; foi quando minha esposa começou a gritar e implorar para não me matar e dizendo que estava grávida. Nessas horas a gente tem certeza que DEUS existe mesmo, foi quando passou uma moto em alta velocidade assustando-os, talvez; eles perceberam que já era hora de fugirem sem destino. O fato de não terem conseguido roubar meu carro deu margem para especulações. E algumas pessoas me perguntaram, porque não parei o carro? É tudo muito rápido, não dá tempo para raciocinar direito, é muito difícil tomar uma decisão.

Após o incidente o que passou por sua cabeça? Nos primeiros dias passou muita besteira, mas aos poucos você vai assimilado algumas coisas, Deus vai respondendo outras, mais uma coisa que aprendi logo que aconteceu meu incidente foi que a VIDA CONTINUA. E se a VIDA CONTINUA não poderia eu ficar reclamando do azar de estar no lugar errado, na hora errada e cruzar com pessoas erradas. Até porque de nada vai adiantar eu ficar triste, depressivo por tão POUCA coisa, POUCA coisa? É! Eu poderia ter ficado tetraplégico, eu também poderia ter morrido, muitos por muito menos que isso, muitos vão embora e nem dão tchau; não gosto nem de pensar na possibilidade de não poder ver meu filho crescer. Mas o importante é que hoje minha cabeça tá ótima, é o que mais peço a Deus, cabeça no gelo. E aos que gostam de mim deixo essa mensagem: ESTOU VIVO E MUITO FELIZ.

Foi difícil aceitar a perda dos movimentos das pernas? Foi e é ainda muito difícil aceitar. É bem verdade que ESTOU TEMPORARIAMENTE paraplégico (creio nisso). Perdi a sensibilidade de algumas partes do corpo (se dizer que estou gostando estaria mentindo), perdi alguns movimentos e alguns “amigos” se afastaram, mas ganhei muitas outras coisas mais importantes: uma família mais unida, amigos de verdade, e o melhor que aconteceu foi ter multiplicado algumas centenas de vezes a FÉ em JESUS (confesso que era um homem de pouca FÉ). Hoje meu lema é: FÉ e PACIÊNCIA SEMPRE. Nos humanos temos a mania de reclamar muito de pequenas coisas, eu era assim também; depois de minha lesão e de ter passado por três internações (UE do Agreste, Santa Casa, Rede Sarah) e ter dividido quarto com outros pacientes, chequei a seguinte conclusão: se você está com alguma dificuldade na vida, lembre-se que você não é o único que tem problema, nem é o seu problema o maior de todos.

Como está sendo para você enfrentar as pequenas dificuldades do cotidiano? No início foi muito difícil, como todo início, mas depois que fui passar uma temporada de 45 dias interno na rede Sarah em Salvador-Ba minha vida mudou muito para melhor, minha qualidade de vida melhorou consideradamente. Lá fui para reaprender coisas que antes eram fáceis e insignificantes e de uma hora pra outra ficaram muito difíceis, coisas como sentar, calçar a sandália, tomar banho. Mas com a força que Deus tem dado a mim e a minha família, essas dificuldades/desafios estão sendo superados. Não tenho tempo para ficar reclamando da vida, não perco meu tempo com isso, acredito que sou um cara privilegiado.

As pessoas reagiram bem a sua superação (Em especial esposa e filho)? Claro, muitos se surpreendem com minha alegria, força de vontade em vencer, com meu entusiasmo, com minha superação, com minha fé, para eles eu sempre digo que é muito fácil ser forte quando se tá rodeados de pessoas que realmente fazem a diferença na minha vida: A FAMÍLIA; e que nada, absolutamente nada é mais importante do que a família. Percebi quanto minha esposa é forte, guerreira, companheira. Meu filho é a minha maior fonte de energia e quando ele acorda e diz: PAI VC É PESSOA MAIS IMPORTANTE DO MUNDO, aí entendo por que Deus me deu essa segunda chance. MUITO OBRIGADO SENHOR!

Como seu filho o vê? Ele vai completar sete anos ainda, mas é muito maduro, às vezes acho que ele tem já 15 anos e sem falsa modéstia, continuo sendo seu super-herói. Ele sempre gostou de desenhar a família e quando ele vai me desenha nos dias de hoje, ele faz um super-herói cadeirante, fico muito feliz e emocionado com suas atitudes, com suas palavras e seus gestos. ELE É O CARA.

Qual a mensagem que você passa para ele? Acho que não existe melhor mensagem do que o exemplo, sem querer me autopromover, mas sempre fui uma pessoa do bem e é isso que tento passar para meu filho, que seja uma pessoa do bem.  Hoje em dia quem é a pessoa que você poderia “culpar” em poder te fazer enxergar a vida de outra maneira? De superá-la? Sempre gostei do Super-homem, o ator Christopher Reeve ficou tetraplégico após levar uma queda de um cavalo, ele nunca deixou se abater por esta tragédia. Transformou-se no maior defensor da pesquisa de célula tronco, gastou quase toda fortuna nessa pesquisa, mesmo sabendo que seu caso era irreversível, sem dúvida ele é realmente um super-homem.

Em sociedade, um cadeirante tem os seus direitos respeitados? Infelizmente para muitos não, mais acredito que cada um tem que cobrar seus direitos, sendo cadeirante ou não. Eu sou uma pessoa que sempre cobrei meus direitos e não vou ser diferente agora por estar cadeirante, vou fazer valer nossos direitos. Hoje estou candidato a câmara de vereadores, mas isso é transitório, independente do resultado dessa eleição vou ser um representante dessa classe ao longo da minha vida. Precisamos conscientizar a sociedade taperense para todas as questões relacionada à inclusão social.

Em sua opinião, São Jose da Tapera é uma cidade adequada para o cadeirante ir e vir? Nem minha cidade, nem meu estado, nem meu país. E infelizmente estamos muito longe de níveis aceitáveis, no quesito acessibilidade. Tapera tá bem longe do ideal; tenho certeza que dá pra ser melhor, até por ser uma cidade plana, avenidas largas, parece até foi planejada, mas só existe rampas de acessibilidade em alguns órgãos públicos e nas praças, mas essas rampas que existem não dão nenhuma condição de um cadeirante conseguir subir sozinho e depois que foi passado a manta asfáltica ficou pior, porque essa é a ideia, dá independência para as pessoas com necessidades especiais, não adianta fazer rampas só por fazer, tem que respeitar as normas da ABNT. Em nossa cidade ainda não respeitam o direito de ir e vir, e isso não fica apenas nos órgão públicos não, infelizmente nossas calçadas não obedecem nenhum padrão, cada um coloca a altura que acha conveniente; temos comerciantes que expõe os produtos de sua loja na calçada e não tão nem aí, isso atrapalha a vida de todos e não apenas de quem tem necessidades especiais. Já comecei a conversar com alguns amigos comerciantes, nesse primeiro momento explico a necessidade de ter uma rampa de acessibilidade, de deixar espaço em sua loja entre os produtos; no segundo momento vou oficializar o pedido, não sendo respeitado nosso direito, vou ter que acionar o ministério publico (não gostaria que fosse necessário chegar a esse ponto). Já tive o apoio do empresário Dimas Prudente, que se comprometeu a colocar rampa na lotérica no prazo de 30 dias; espero que essa atitude seja seguida por todos. Também vou cobrar do órgão responsável por emitir o alvará de construção, que seja exigindo na planta e na execução da obra dos novos imóveis públicos e privados de uso público, as rampas de acessibilidade. Fiquei feliz por estarem sendo construídas pela prefeitura várias quadras esportivas na zona rural e as que visitei estão sendo colocadas as rampas de acessibilidade e no ângulo correto.

Você está inserido em algum órgão que defenda os direitos dos cadeirantes? Oficialmente não, mas já foi convidado para fazer parte da associação dos deficientes físicos de São José da Tapera, como secretário, e vou dá minha contribuição nessa entidade, que já existe, mas não tem sede ainda, mas já tem uma grande área doada pelo Sr. Daniel de Amália e filhos, vamos trabalhar para realizar o sonho de muitos taperenses em ter um centro de reabilitação de referencia no estado.

Quais os motivos que o levou a entrar na política? Sempre tive esse sonho, mais depois da morte de meu tio, pensei que esse sonho tinha morrido junto e há mais de dois anos esse sonho ressurge; hoje tem crescido a vontade de participar das atividades políticas, quero dar minha contribuição nessa nova fase que nossa cidade estar vivendo. Tapera vem crescendo a passos largos, quero poder fazer parte da história de Tapera, como um vereador diferente; tenho certeza que vou desempenhar meu papel, vou surpreender aos meus críticos de uma forma positiva, podem esperar.

E o fator financeiro, conta? Estaria mentido se dissesse que não. O salário de vereador é também um grande atrativo, é bem interessante, por isso defendo que deveria aumentar o número de sessões. Atualmente são quatro sessões por mês, acho pouco para uma cidade como Tapera, com tantas coisas importantes para serem discutidas, fiscalizadas. Garanto a todos que o salário não é o principal motivo para entrar na política, em meu caso o mais importante, o que conta mesmo é eu poder dar minha contribuição para nossa cidade e se me sentir útil, para pessoas. No meu estado é muito importante se sentir útil, e eu sou útil para minha família, para minha empresa e quero ser útil para minha cidade.

Em sociedade vemos vários cadeirantes que estão inseridos na política. Houve alguma referencia? Não, como já tinha decidido ser candidato antes ser cadeirante, mas pretendo conhecer a Dep. Federal Rosinha da Adefal com quem já tenho uma reunião marcada. Quero contar com sua experiência política e como pessoa com necessidades especiais para elaboração de projetos que visem a inclusão social. Mas como referencia política sempre tive e sempre terei o meu saudoso tio Ênio Ricardo, pessoa e político especial e admirado.
A exclusão social em São José da Tapera é muito visível. Não vemos projetos destinados e nem os mesmos gozando de atividades que o inclua em sociedade. No último concurso todas as vagas destinadas para deficientes físicos não foram preenchidas. Qual o seu ponto de vista? Exclusão Social não é exclusividade só de tapera, o Brasil é o país dos excluídos; mas os governos tem tentado diminuir esses índices com alguns projetos, o mais recente foi lançado em novembro de 2011 – Viver sem Limites – Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, apelidado de “credito acessibilidade”. Mais depois que vi os dados do censo do IBGE de 2010, que 23% da população brasileira declarou ter algum tipo deficiência, comecei a me perguntar, onde estão vocês? Os deficientes não saem de casa, não vão para escola, eventos sociais por vários motivos, como: acessibilidade, preconceito (muitas vezes até em casa) e muitos por não ter uma cadeira de rodas. Vou lutar para incluir essas pessoas na sociedade. Como poderiam passar em um concurso se em muitos casos, nem a escola o deficiente vai? Tenho visto que a chegada desses três eventos mundiais no Brasil (copa do mundo, olimpíadas, paraolimpíadas), o governo federal vai investir muito nesse quesito, aqui em tapera tenho observado também que as escolas estão se adaptado para fortalecer a inclusão escolar de crianças especiais.


Muitas pessoas falam que você aproveitou dessa deficiência para sensibilizar o povo e até poder ganhar a eleição para vereador, isso lhe incomoda? Acho que não são muitas, acho que são algumas pessoas que pensam assim, mas não decidi ser candidato depois de minha lesão há quase 11 meses atrás; isso já tinha sido discutido entre nossa família há quase dois anos; algumas pessoas não sabem disso e nem querem saber, tenho lido e ouvido alguns comentários nas redes sociais, sites e até pessoalmente, que a minha candidatura a vereador trata-se de uma estratégia mesquinha para sensibilizar as pessoas a me elegerem por piedade. Como se o que me ocorreu tivesse me tornado uma pessoa tão frágil que necessite da piedade de alguém. A vida que tenho hoje não é nada fácil, mas não me sinto um coitadinho que precise usar meu incidente para convencer as pessoas dessa cidade que preciso da piedade delas nesse pleito eleitoral.Como indivíduo que sofreu uma fatalidade afirmo, que preciso que torçam e orem pela minha recuperação e não que sintam pena. Mas, como político preciso que ouçam minhas propostas, analisem, contribuam mostrando as necessidades de cada localidade que representam e que confiem que posso ser seu representante político na câmara de vereadores. A fatalidade que me deixou nessa cadeira, não me faz pensar que sou um coitadinho. Me fez sentir forte para encarar qualquer situação e principalmente me estimulou a olhar para além do meu próprio umbigo. Hoje estou mais atento e sensível às necessidades de outras pessoas. Mas, já estava preparado para esse tipo de critica. 

O seu irmão Ricardinho (vereador e ex-presidente da câmera municipal) não lançou candidatura para reeleição. Essa é uma estratégia política do grupo para você ter mais possibilidades de ganhar? Foi uma decisão pensada em família, se saindo um da família candidato já é complicado vencer, imagine saindo dois irmãos. Como eu tinha decido lançar meu nome para julgamento popular, Ricardo também já tinha dito há quase dois anos que não sairia mais candidato e vem me apoiando nessa luta. Ricardo tem outros projetos, um deles é implantação de um instituto de recuperação de usuários de drogas e quero poder ajudá-lo nessa batalha, pois, considero que não perdi os movimentos de minhas pernas para aquele monstro que apertou aquele gatilho e sim para aquele garotinho cheirando cola a luz do dia e eu passei, olhei e virei-lhe o rosto; aquele garotinho cresceu e se tornou um monstro. Precisamos cuidar de nossas crianças urgente; eu estou tendo uma nova chance, sou um pessoa privilegiada, não olhe para o outro lado quando tiver um garotinho usando drogas, você pode não ter a mesma sorte que eu.

Como analisar  o quadro político de candidatos a vereadores de São José da Tapera que aumentou o dobro nas ultimas eleições? Eu acho bem interessante, vejo por o lado positivo, temos candidatos para todos os gostos, acho que isso é reflexo da democracia, todos temos esse direito votar e ser votado. Se analisarmos friamente temos quase 90 candidatos e vários seguimentos sendo representados, como estudantes, professores, técnicos em enfermagem, sindicalistas, agentes de saúde, agricultores, policiais, odontólogos, advogados, aposentados, comerciantes, autônimos, acredito que temos boas opções; basta o eleitor parar para analisar todos, observar suas condutas antes, durante e pós-eleições, verificar a ficha limpa (se realmente é limpa) e tomar sua decisão baseado em suas propostas. É importante saber se o candidato realmente sabe o papel do vereador, muitos pensam que a função do vereador é a troca de favores. Não quero ser um vereador que faz apenas favores para o povo. Vereador não é eleito, nem pago para fazer favores. Vereador deve ser eleito e pago para trabalhar para e pelo povo. Inclusive, para aqueles que não votaram nele. Um vereador precisa prestar contas de seu trabalho com toda a população; primeiro porque precisa cumprir a função para qual foi eleito; depois, para justificar o salário que recebe, acho que deveria ter mais sessões, atualmente só temos uma sessão semanal. Acredito que para termos uma câmara de vereadores competente precisamos eleger pessoas comprometidas e que representem cada segmento da sociedade que o elegeu. Precisamos de pessoas que conheçam e trabalhem por todas as áreas, mas que se comprometam e defendam com mais vigor aquela área em que ele está mais próximo e sensível.

Quais as suas pretensões para os cadeirantes de São José da Tapera? Vou trabalhar não só pelos cadeirantes e sim por todos os taperenses, mas para os portadores de necessidades especiais digo: quero tornar nossa cidade, a cidade da ACESSIBILIDADE. Algumas pessoas sabem que passei uma temporada na Rede Sarah em Salvador-Ba; lá fui buscar minha tão sonhada reabilitação (confesso que quando disseram: você vai para o Sarah, pensei: fico um ano lá e volto andando – graças a Deus pesquisei na net e vi a realidade). O Sarah foi uma escola na minha vida, não só para reabilitação motora, mas também na minha reabilitação como pessoa. Vou divulgar o Sarah, a todos os deficientes de Tapera e vou encoraja-los a passarem também uma temporada nesse maravilhoso centro reabilitação. Vou lutar também pela inclusão no mercado de trabalho de pessoas com necessidades especiais, isso é muito importante; vou me sentir uma pessoa mais realizada, conseguindo realizar o sonho de tantos deficientes que é “TRABALHAR,” finaliza.